Saiba quem são os 6 desaparecidos em naufrágio de superiate de luxo na Itália
Questionado se há chance dos seis desaparecidos estarem vivos, autoridade respondeu: 'Nunca diga nunca, mas a resposta razoável seria não'
Seis pessoas continuam desaparecidas após o naufrágio do iate de luxo Bayesian que ocorreu na madrugada desta segunda-feira, na costa da Sicília, na Itália. A embarcação foi atingida por uma tromba d'água repentina e não conseguiu manter estabilidade. As buscas por Mike Lynch, Hannah Lynch, Jonathan Bloomer, Judy Bloomer, Christopher Morvillo, e Neda Morvillo foram retomadas na manhã desta quarta-feira.
O diretor nacional de mergulhadores do departamento de combate a incêndios da Itália, Giuseppe Petrone, afirmou que sua equipe de mergulhadores especialistas conseguiu localizar uma brecha no casco do veleiro e estava trabalhando para abrir uma passagem para chegar às cabines onde esperam encontrar os corpos dos seis desaparecidos.
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O magnata britânico de tecnologia Mike Lynch, de 59 anos, e sua filha Hannah, de 18 anos, estão entre os desaparecidos após o episódio, segundo relato de uma fonte à Associated Press. Um dos fundadores da HP Autonomy, empresa de software empresarial, Lynch foi absolvido em junho de um grande julgamento de fraude nos Estados Unidos. A esposa dele, Angela Bacares, e outras 14 pessoas foram resgatadas com vida.
Com fortuna avaliada em US$ 650 milhões (R$ 3,5 milhões), nos últimos anos o empresário foi notícia principalmente pelo processo judicial em um caso relacionado à venda da Autonomy para o grupo americano HP por US$ 11 bilhões (R$ 59,4 bilhões) em 2011.
O presidente do Conselho de Administração da Morgan Stanley International, Jonathan Bloomer, e sua esposa também seguem desaparecidos, informou na terça-feira a seguradora britânica Hiscox.
Bloomer, de 70 anos, liderou várias organizações de serviços financeiros ao longo de suas décadas de carreira e era considerado um executivo de grande experiência.
Ele assumiu a presidência da Morgan Stanley International em 2016, segundo seu perfil na rede social LinkedIn.
"Nossos pensamentos estão com os afetados, em particular nosso presidente, Jonathan Bloomer, e sua esposa Judy, que estão entre os desaparecidos", disse em um comunicado Aki Hussain, executivo da Hiscox, que também era presidida por Bloomer.
Christopher Morvillo é sócio do escritório de advocacia Clifford Chance, em Nova York, e compôs a equipe de defesa de Mike Lynch na batalha judicial recente. Morvillo celebrou a vitória de Lynch e agradeceu a família com um post no LinkedIn: "Nada disso teria sido possível sem o amor e o apoio de vocês". O advogado estava com a esposa, Neda Morvillo, na embarcação de Lynch quando o iate entrou em colapso e afundou.
Ela, por sua vez, é proprietária de uma empresa de joias de luxo artesanais que levam seu nome de solteira como assinatura: Neda Nassiri.
Saiba como era a embarcação que afundou
O barco, um veleiro de luxo, com bandeira do Reino Unido, tinha 22 pessoas a bordo. Batizado de Bayesian, o iate, que havia partido de Roterdã e feito um cruzeiro pelas águas do Mediterrâneo, entrando pelo estreito de Gibraltar, estava ancorado em frente ao porto de Porticello, no golfo da cidade de Palermo. Passaria a noite lá, após navegar durante o dia ao largo das costas de Cefalù. O plano de seguir rumo às magníficas ilhas Eólias, no dia seguinte, foi interrompido por uma forte tempestade, que provocou a tragédia.
Segundo sobreviventes, o grupo foi convidado pelo magnata britânico da tecnologia Mike Lynch, dono da embarcação, saiu de Londres para fazer a travessia de barco na Sicília. Todos eram colegas e colaboradores da empresa de Lynch.
A embarcação, que levava a bordo 10 tripulantes e 12 passageiros de nacionalidades britânica, americana e canadense, era conhecido por ter um dos maiores mastros do mundo, feito de alumínio e com 75 metros de altura, o superiate era oferecido para aluguel em seu site por até R$ 1,1 milhão por semana. Construído em 2008 pela empresa italiana Perini Navi, o barco podia acomodar 12 passageiros em quatro cabines duplas, uma tripla e uma suíte, além de acomodações para a tripulação.
As equipes de mergulhadores são compostas por duplas, que podem permanecer debaixo d’água por no máximo 12 minutos, sendo que dois são usados para descer e subir. Portanto, o tempo útil de buscas é de apenas 10 minutos na embarcação.
— Não excluímos que eles não estejam dentro do barco, mas sabemos que o barco afundou rapidamente. Supomos que as seis pessoas desaparecidas podem não ter tido tempo de sair. — disse Vicenzo Zagarola ao Guardian. Questionado se há chance de eles estarem vivos, ele respondeu: “Nunca diga nunca, mas a resposta razoável seria não”