EUA

Saiba quem são os co-conspiradores que aparecem na acusação de Trump

Alguns nomes são mais óbvios, como o do ex-prefeito de Nova York e advogado de Trump, Rudolph Giuliani, identificado como co-conspirador 1; veja quem são os outros

Ex-presidente dos EUA, Donald TrumpEx-presidente dos EUA, Donald Trump - Foto: Patrick T. Fallon / AFP

A acusação contra o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump de tentar reverter o resultado das eleições de 2020 deixou uma série de perguntas sem resposta, entre elas: quem é o conspirador 6? Segundo a investigação, seis pessoas ajudaram nos esquemas de Trump para permanecer no cargo. Nenhum deles é nomeado explicitamente, mas a maioria é fácil de ser identificada por meio de detalhes contidos na acusação, como Rudolph Giuliani, o ex-prefeito de Nova York e advogado de Trump (o co-conspirador 1).

Veja quem são os seis co-conspiradores:
Rudolph Giuliani

O ex-prefeito de Nova York e advogado de Trump é descrito na acusação como "co-conspirador 1". Sem citar seu nome, o documento diz que se trata de um advogado "que estava disposto a espalhar alegações falsas de uma fraude generalizada", mesmo quando muitos funcionários estaduais e federais — incluindo o ex-procurador-geral de Trump, William P. Barr — contestavam a estratégia.

Giuliani desempenhou um papel muito público após a eleição, quando viajou para estados republicanos chave, como Michigan e Geórgia, em que Trump perdeu, disseminando informações infundadas. O documento de acusação faz referência a essas reuniões, depoimentos a legisladores e eventos políticos que já tinham sido atribuídos ao advogado.

A acusação alega que o co-conspirador 1 reconheceu em particular que não tinha provas para as alegações. “Não temos as evidências, mas temos muitas teorias”, teria dito a um legislador do Arizona que exigia provas de votos ilegais naquele estado, de acordo com a acusação.

Seu porta-voz, Ted Goodman, confirmou que "parece" que a acusação se refere a ele, e acusou a acusação de violar o direito à liberdade de expressão da Primeira Emenda. Em comunicado, Goodman afirma que a acusação criminaliza o ato de “ousar fazer perguntas sobre os resultados das eleições de 2020”.

John Eastman
O co-conspirador 2 foi identificado como John Eastman, descrito na acusação como o homem "que planejou e tentou implementar uma estratégia para alavancar o papel do vice-presidente, Mike Pence, para impedir ou atrasar o processo formal de certificação da eleição". Pence resistiu à pressão de Trump para tentar interromper a certificação de Joe Biden em 6 de janeiro de 2021, que acabou com a invasão de trumpistas ao Capitólio. Muitos pediram que Pence fosse enforcado durante o motim generalizado.

Ex-advogado da Casa Branca, Eastman também ajudou a desenvolver uma estratégia legal que envolvia a criação de listas de eleitores pró-Trump nos estados em que Joe Biden venceu. Ele também afirmou falsamente, sem provas, que Trump perdeu na Geórgia em parte porque 66 mil menores de idade e 2.500 criminosos condenados votaram no estado naquele ano.

O advogado de Eastman, Charles Burnham, disse em um comunicado que a nova acusação usou uma "apresentação enganosa dos registros para arquitetar acusações criminais contra o candidato presidencial Trump e lançar calúnias ameaçadoras sobre seus assessores próximos".

Sidney Powell
A acusação descreve o co-conspirador 3 como "uma advogada cujas alegações infundadas de fraude eleitoral foram reconhecidas pelo réu [Trump], como 'loucas'". A advogada abraçou a teoria infundada de que as urnas eletrônicas foram hackeadas para fraudar a eleição a favor de Biden. Depois que deu as falsas declarações em uma coletiva de imprensa mal recebida pelo público em geral, a campanha de Trump se distanciou dela.

Mas Powell continuou entrando com ações judiciais alegando fraude eleitoral e repetindo as falsas alegações na Fox News. Desde então, foi sancionada por má conduta e processada por difamação inúmeras vezes. Powell disse ao comitê da Câmara responsável pela investigação da invasão ao Capitólio que não leu ou revisou todas as declarações que apresentou como supostas evidências de fraude eleitoral e argumentou, por meio de um advogado, que “nenhuma pessoa razoável” consideraria suas alegações como fatos.

Jeffrey Clark
O co-conspirador 4 é descrito na acusação como um funcionário do Departamento de Justiça que se concentrou em questões civis e trabalhou com Trump para “usar o órgão para abrir investigações falsas de crimes eleitorais e influenciar as legislaturas estaduais com alegações de fraude eleitoral”. As ações de Clark levaram a um confronto na Casa Branca, detalhado na acusação de terça-feira, quando altos funcionários do Departamento de Justiça disseram a Trump que renunciariam se o presidente nomeasse Clark no lugar do procurador-geral interino Jeffrey Rosen, que se recusava a legitimar as alegações de fraude.

A acusação diz que Clark se encontrou secretamente com Trump várias vezes nos dias anteriores ao motim de 6 de janeiro e "tentou coagir" os principais funcionários do Departamento de Justiça a assinar uma carta declarando que irregularidades na votação foram descobertas em vários estados.

A acusação detalha ainda como outros advogados do Departamento de Justiça e da Casa Branca rejeitaram as alegações de fraude eleitoral de Trump , e o vice-conselheiro da Casa Branca alertou o co-conspirador 4 que se Trump se recusasse a deixar o cargo, haveria “motins em todas as grandes cidades dos Estados Unidos”.

Kenneth Chesebro
A acusação afirma que o “co-conspirador 5” era um advogado que “auxiliou na elaboração e tentativa de implementar um plano para apresentar listas fraudulentas de eleitores presidenciais para obstruir o processo de certificação”.

Avogado de apelação que estudou e trabalhou com Lawrence Tribe, professor de Direito de Harvard, Chesebro foi o primeiro a sugerir que chapas de eleitores pró-Trump poderiam se organizar em estados que ele perdeu e serem reconhecidos pelo Congresso em 6 de janeiro. estratégia com um amigo que representa a campanha de Trump em Wisconsin antes de se conectar com Eastman, Giuliani e o conselheiro de Trump, Boris Epshteyn , para coordenar em mais seis estados indecisos.

Boris Epshteyn
Identificado pela acusação como “um consultor político que ajudou a implementar um plano para apresentar listas fraudulentas de eleitores presidenciais para obstruir o processo de certificação”, a pessoa poderia ser uma série de figuras na órbita de Trump.

Mas um exame mais atento da acusação e uma revisão das mensagens entre as pessoas que trabalham com a equipe de Trump fornecem uma pista forte. Um e-mail de dezembro de 2020 de Boris Epshteyn, um consultor estratégico da campanha de Trump em 2020, para Giuliani corresponde a uma descrição na acusação de uma interação entre o conspirador 6 e o conspirador 1.

Um e-mail, enviado em 7 de dezembro de 2020, de Epshteyn para Giuliani dizia: “Caro prefeito, conforme discutido, abaixo estão os advogados que eu recomendaria para o memorando sobre a escolha de eleitores”, e continua identificando advogados em sete estados. Segundo a acusação, o conspirador teria “identificado os advogados no Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Novo México, Pensilvânia e Wisconsin.”

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