Saiba quem são os foragidos da operação que prendeu acusados de golpe milionário em idosa
Esquema teve falsas videntes, obras de arte avaliadas em milhões de reais e cárcere privado de vítima
Mais de 24 horas após o início da Operação Sol Poente que prendeu quatro pessoas, entre elas a atriz Sabine Coll Boghici, duas pessoas ainda seguem foragidas: Diana Rosa Aparecida Stanesco Vuletic, a vidente envolvida no caso e seu pai, Slavko Vuletic. Sabine é filha do colecionador Jean Boghici, morto há sete anos, e é suspeita de desviar R$ 724 milhões de sua mãe nos últimos três anos. Na manhã desta quinta-feira (11), Sabine, Rosa Stanesco Nicolau, a Mãe Valéria de Oxossi, Gabriel Nicolau Traslaviña Hafliger, filho de Rosa, e Jacqueline Stanesco, prima de Rosa e Diana, foram transferidos para a cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio.
Leia também
• Defesa da filha de marchand acusada de roubar R$ 720 milhões da mãe nega que tenha havido golpe
• Análise preliminar revela que obras desviadas de casa de idosa, em golpe milionário, são autênticas
• Saiba como idosa vítima de golpe milionário conseguiu sair de casa para procurar ajuda contra bando
Diana havia sido presa no mês de abril, em Ipanema, na Zona Sul do Rio, por estelionato. Ela também abordou uma mulher na rua e a convenceu a realizar uma consulta espiritual. Em um apartamento, ela pediu que a vítima comprasse ovos brancos, panos e velas para desfazer um "trabalho" feito contra a mulher. Pelo trabalho, a falsa vidente cobrou R$ 4,3 mil. A vítima, à época desempregada, não tinha recursos para fazer o pagamento. Um dia após a suposta consulta, Diana passou a ameaçar a vítima dizendo que ela seria hospitalizada em seis meses, caso não cumprisse o recomendado.
A mulher foi levada para a audiência de custódia no dia seguinte à prisão, quando o Tribunal de Justiça do Rio concedeu liberdade provisória à vidente. Ela foi solta e a prisão foi convertida em medidas cautelares, como comparecimento mensal em cartório, proibição de se ausentar da comarca de sua residência, proibição de contato com a vítima e devendo manter distância dela por 200 metros. Contra Diana, há também um processo por falsidade ideológica.
O segundo foragido é Slavko Vuletic. Pai de Diana Rosa e Rosa Stanesco, ele recebeu transferências efetuadas entre os dias 22 de janeiro e 5 de fevereiro de 2020. O dinheiro, segundo a investigação, era supostamente para pagar trabalhos espirituais para a cura de Sabine. O valor transferido chegou a mais de R$ 5 milhões. Além de Slavko, Ronaldo Ianov também se beneficiou do esquema. Ele morreu durante as investigações.