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Salles quer que fundos ajudem a pagar por preservação da Amazônia, diz jornal

Ministro do Meio Ambiente afirmou ao britânico Financial Times que programa Adote um Parque será lançado na próxima semana para esse fim

Ministro do Meio Ambiente, Ricardo SallesMinistro do Meio Ambiente, Ricardo Salles - Foto: José Cruz/Agência Brasil

O governo Bolsonaro vai lançar na semana que vem o programa Adote um Parque, para atrair o setor privado a pagar pela preservação de parte da Amazônia, segundo o jornal britânico Financial Times.

A iniciativa foi anunciada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ao veículo, depois que grandes empresas e fundos de investimento nacionais e internacionais ameaçaram retirar recursos e cortar negócios com o país por causa da falta de políticas de preservação ambiental no país.

"A resposta do governo brasileiro é: temos instrumentos estruturados para vocês, os fundos, virem nos ajudar a cuidar da Amazônia. Participe, supervisione, aja junto conosco", afirmou Salles ao FT, segundo a reportagem do jornal britânico.

 



O programa deve permitir a contribuição do setor privado nacional e internacional na preservação de 132 áreas, o equivalente a 15% do território brasileiro ameaçado, segundo o jornal.

À reportagem, Salles havia dito no final do último mês que pretende conceder à iniciativa privada não apenas o Parque Nacional de Brasília mas também a Floresta Nacional.

Investidores ouvidos pelo jornal britânico, porém, disseram que o governo brasileiro precisa primeiro demonstrar que é capaz de impedir que garimpeiros e madeireiros ilegais destruam a floresta, antes que eles coloquem mais recursos no país.

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostrou que o desmatamento ilegal continua avançando na Amazônia e dados divulgados neste mês mostraram novo aumento das queimadas no último mês.

Em julho, após reunião com o vice-presidente Hamilton Mourão, o diretor de investimentos responsáveis do Nordea Asset Management, Eric Pedersen, afirmou que faltam planos do governo para a Amazônia: "Ainda permanece pendente um plano diretor ou estrutura abrangente sobre como controlar de maneira eficaz e comprovada o desmatamento a médio e longo prazo".

A administradora de recursos escandinava é uma das empresas que assinaram carta a embaixadas brasileiras no mês passado pedindo uma reunião para discutir a preservação da Amazônia.

Outro signatário da carta, o fundo de pensão norueguês KLP, também considera improvável o funcionamento de um mecanismo de investimento como o proposto pelo Adote um Parque.

"Neste momento, os resultados em termos de terras desmatadas e controvérsias se desenvolvem de maneira negativa e é necessária uma mudança positiva nessa trajetória antes que investimentos possam ser considerados", afirmou Jeanett Bergan, chefe de investimentos responsáveis do fundo, ao FT.

Analistas avaliam que a melhor forma de financiar a preservação da Amazônia seria com a venda de créditos de carbono, mas Salles afirmou ao jornal britânico que falta regulamentação para que esse mecanismo comece a funcionar".

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