Santa, livros e artes: veja os presentes trocados entre Lula e o Papa
Pontífice deu a presidente brasileiro arte com a frase 'paz é também uma flor frágil'; comitiva levou ilustração do artista pernambucano J. Borges
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido nesta quarta-feira pelo Papa Francisco no Vaticano, com quem teve uma "boa conversa sobre a paz no mundo" — outros tópicos debatidos, segundo a Santa Sé, incluíram a preservação do meio ambiente e o respeito aos povos indígenas. Os presentes trocados entre o mandatário brasileiro e o jesuíta, entretanto, também chamaram atenção: entre eles, uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré, artes e livros.
Os presentes, uma tradição em visitas oficiais, foram trocadas ao fim da reunião na sala Paulo VI do Vaticano, perto da residência do Papa. A primeira-dama, Janja Lula da Silva, levou uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré, a padroeira da Amazônia, para o jesuíta.
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Junto com a santa, Janja e Lula chamaram o religioso para participar do Círio de Nazaré, que ocorre todo mês de outubro em Belém (PA) — convite que Lula já havia dito que faria. O aceite, entretanto, deve depender do estado de saúde do Pontífice, que teve alta de sua internação mais recente, a segunda em dois meses, na sexta.
Lula também deu ao Papa uma gravura da Sagrada Família feita pelo artista plástico, cordelista e poeta pernambucano J. Borges, um dos maiores xilógrafos do país. As obras dele já foram expostas em museus como o Louvre, em Paris, o Museu de Arte Moderna de Nova York e a Biblioteca do Congresso americano, além de ilustrar edições de livros importantes de autores como Eduardo Galeano e José Saramago.
O Papa, por sua vez, deu a Lula e Janja uma arte de bronze com a frase "A paz é também uma flor frágil". Em um vídeo divulgado pelo Planalto, afirma ter sido fabricada no Vaticano.
— Estamos em tempos de guerra e a paz é muito frágil. Queria te presentear com isso, que fazemos aqui nas nossas oficinas — disse o argentino.
O Papa também presenteou o casal ainda com uma cópia de sua Mensagem da Paz para 2023, do documento sobre a Fraternidade Humana e do livro com a oração que fez em uma Praça de São Pedro deserta, em 27 de março de 2020, rezando pelo fim da pandemia.
O encontro entre Lula e o Papa foi o segundo desde que o argentino virou Pontífice, em março de 2013, dias após seu antecessor, Bento XVI, abdicar do Trono de São Pedro. Francisco já havia recebido Lula no Vaticano em fevereiro de 2020, cerca de 90 dias após o petista ser solto da prisão em Curitiba, onde passou 19 meses.
A viagem foi a primeira que realizou após reconquistar sua liberdade, e chegou a precisar pedir autorização da Justiça para fazê-la. Na época, ela ocorreu por intermédio do presidente da Argentina, Alberto Fernández, um aliado de longa data de Lula — o conterrâneo solicitou que o Pontífice recebesse o petista, pedido acatado em questão de semanas. Desta vez, o convite veio do Vaticano.