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Saúde bucal em dia é aliada contra vírus

Limpeza correta pode previnir doenças, que têm a boca como uma das portas de entrada. Orientações sobre higiene, porém, vão além da escovação

Além da escovação, cirurgiã-dentista Beatriz Melo ressalta importância da higienização das mãos e desinfecção das escovasAlém da escovação, cirurgiã-dentista Beatriz Melo ressalta importância da higienização das mãos e desinfecção das escovas - Foto: Cortesia

A pandemia tem alterado a rotina de muita gente. Sono desregulado, alimentação desequilibrada e alguns cuidados simples acabam sendo negligenciados, como o de escovar os dentes. O que talvez algumas pessoas não saibam é que manter a saúde bucal em dia pode ajudar na atividade de anticorpos, aumentando assim a resistência ao vírus, conforme explica a cirurgiã-dentista Beatriz Melo. “A boca é uma das principais portas de entrada de vírus. Por isso, é de extrema importância que as pessoas realizem uma higienização que abranja todos os dentes e tecidos da boca, sem esquecer da língua e dos molares, que ficam mais perto da faringe”, explicou.

Segundo a profissional, a escovação e limpeza bucal devem ser mantidas conforme eram realizadas no dia a dia. “No processo, é ideal utilizar escovas de cerdas macias, além de um creme dental que contenha flúor. Também é importante fazer o uso do fio dental, que é um importante aliado da limpeza da boca, porque ele alcança regiões que a escova não consegue alcançar”, afirmou. “Esse processo deve ser feito pelo menos três vezes por dia e após cada refeição. O fio dental que será utilizado deve ter cerca de 24 centímetros. Cada extremidade deve ser amarrada nos dedos indicadores para ser passado entre todos os dentes, sem fazer o uso da força”, destacou.

[PODCAST] Ouça as orientações da cirurgiã dentista Marcela Sena sobre a higiene bucal neste período de pandemia e isolamento social

Beatriz lembra ainda que é muito importante, antes de escovar os dentes, realizar a higienização das mãos, principalmente das crianças. “O paciente precisa estar com as mãos bem limpas e desinfetadas antes de iniciar a escovação. Como as crianças têm o hábito de levar as mãos à boca, é muito importante que elas estejam desinfetadas, para que não sirvam como um mecanismo de transporte do vírus”, ressaltou. “Além das mãos, as pessoas devem ter atenção para a desinfecção das escovas, que deve ser feita com a imersão das mesmas em um recipiente contendo um desinfetante, que pode ser a clorexidina 0,12%, encontrada facilmente em qualquer farmácia. Esse procedimento evita uma reinfecção a cada novo uso”, complementou.

No entanto, alguns pacientes cometem alguns erros no processo da escovação que podem ser cruciais para a saúde bucal. “Muitos pacientes trocam a escovação e o uso do fio dental apenas pelo uso do enxaguante bucal. Outro erro é utilizar escovas de cerdas duras e aplicar força na escovação. É bastante comum pacientes realizarem uma escovação rápida e negligenciarem a escovação da língua”, elencou Beatriz. Mas, segundo a cirurgiã-dentista, o pior erro de todos é a não realização da escovação noturna, uma das principais. “Durante a noite, o corpo entra em estado de relaxamento, o que contribui para uma diminuição do fluxo salivar. Isto faz com que a boca fique mais quente e úmida, tornando-se um local propício para a proliferação de bactérias”, enfatizou.

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De acordo com as orientações do Ministério da Saúde, neste momento de isolamento social só deve ser buscado o atendimento odontológico em caso de urgência ou emergência. Além disso, os atendimentos devem seguir as recomendações do Conselho Federal de Odontologia (CFO). Beatriz Melo conta que existe um protocolo clínico da Associação Dental Americana (ADA), do inglês American Dental Association, que define quais tratamentos devem ser mantidos. "São considerados casos de urgência cáries extensas ou restaurações defeituosas que causem dor; traumas dentários com avulsão dentária, quando um dente é completamente deslocado de seu alvéolo; fraturas de dente resultando em dor ou causando trauma dos tecidos moles; e abscessos ou infecções bacterianas localizados, resultando em dor e inchaços", explicou.

Ainda conforme Beatriz, tratamentos eletivos ou estéticos foram suspensos. Foi o caso da bancária Izabela Veríssimo, 21, que teve as manutenções do tratamento com aparelho ortodôntico suspensas. “Fui avisada de que a clínica na qual realizo o meu tratamento suspenderia as atividades durante a pandemia, realizando o atendimento apenas dos casos de urgência ou emergência”, contou. “Também não recebi nenhuma orientação, mas sigo fazendo a higienização que fazia normalmente. A única certeza que tenho que essa parada vai atrasar a finalização do tratamento”, concluiu.

Mas quando o atendimento não pode ser adiado, devem ser adotadas normas rigorosas de biossegurança para evitar a propagação do novo coronavírus. Entre as medidas que precisam ser seguidas, estão a higienização frequente das mãos, principalmente antes e depois de cada atendimento, e a desinfecção de todos os ambientes de trabalho após cada paciente, pois o vírus pode ser transportado em forma de aerossol e sobreviver nas superfícies por mais alguns dias.

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