Logo Folha de Pernambuco

Coronavírus

Saúde diz que deve assinar 'cartas de intenção' sobre 5 vacinas, mas não garante compra

O laboratório chinês Sinovac, responsável pela vacina Coronavac, não está na lista do governo

Foto: Chandan Khanna/AFP

O Ministério da Saúde informou, neste domingo (22), que deve assinar cartas de intenção com cinco laboratórios envolvidos no desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19. São eles: Pfizer, Janssen, Bharat Biotech, Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) e Moderna.

Essa roda de conversas com as empresas não inclui o laboratório chinês Sinovac, responsável pela vacina Coronavac e objeto de disputa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

As "cartas de intenção não-vinculantes" irão permitir, segundo o governo federal, futuras aquisições de doses dessas empresas. Não significam, portanto, que as vacinas já tenham sido ou serão necessariamente compradas.

"Registre-se que os contratos de compra das vacinas somente poderão ser assinados após a autorização regulatória e devida incorporação ao SUS [Sistema Único de Saúde]", diz nota do ministério.

A pasta informou que manteve na última semana reuniões com representantes das cinco empresas. Ainda segundo a pasta, a consultoria jurídica e o corpo técnico do ministério têm analisado a documentação e verificado a melhor forma de contratação no momento oportuno.

"Uma série de premissas precisam ser analisadas antes da compra" , diz o Ministério da Saúde, "como a segurança, a eficácia, a capacidade de produção em escala, a oferta em tempo oportuno para inserir as vacinas no Programa Nacional de Imunizações, o preço proposto para a incorporação, as condições logísticas oferecidas e a aprovação pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]".

O governo Bolsonaro afirma que acompanha 270 estudos de vacinas no mundo e que tem o compromisso de adquirir "com a maior brevidade uma vacina segura, eficaz e que cumpra os requisitos explicitados, em especial o registro junto à Anvisa.

O primeiro lote composto por 120 mil doses da vacina Coronavac chegou na manhã da última quinta-feira (19) no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (Grande SP).

A vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan ganhou projeção ao entrar no centro de uma guerra política entre o Bolsonaro e Doria, prováveis adversários nas eleições presidenciais de 2022.

Bolsonaro esvaziou o plano de aquisição futura da Coronavac feito em outubro pelo seu próprio ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, criticou o governador João Doria e disse que a vacina não era confiável por causa de sua origem.

Neste mês, o presidente voltou atrás e declarou que poderia autorizar a compra da vacina produzida pela Sinovac, mas não pelo preço que um "caboclo aí quer".

Veja também

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos
Ucrânia

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível
Gaza

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível

Newsletter