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COVID-19

Fiocruz inaugura Centro de Covid Longa no Rio; OMS estima que até 20% têm sintomas persistentes

Objetivo é oferecer tratamento e reabilitação aos pacientes, além de conduzir pesquisas sobre a condição para apoiar políticas públicas de saúde

Espaço contém infraestrutura necessária para que o Centro realize pesquisa multidisciplinarEspaço contém infraestrutura necessária para que o Centro realize pesquisa multidisciplinar - Foto: INI/Fiocruz

O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz (INI/Fiocruz) inaugurou, nesta semana, o novo Centro de Covid Longa, na sede do instituto em Manguinhos, no Rio de Janeiro. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 10% a 20% dos infectados com o novo coronavírus desenvolvem a chamada síndrome pós-Covid, caracterizada pela persistência dos sintomas por ao menos três meses após a contaminação.

A organização destaca que essas queixas geralmente incluem fadiga, falta de ar e disfunção cognitiva, como episódios de confusão, esquecimento ou a “névoa mental”. Há ainda pessoas que desenvolvem sintomas como dores musculares frequentes, e a condição ”pode afetar a capacidade de uma pessoa realizar atividades diárias, como trabalho ou tarefas domésticas”, de acordo com a OMS.

O novo centro na Fiocruz, que faz parte do programa Unidos Contra a Covid-19, da fundação, além de oferecer tratamento e reabilitação para aqueles com sequelas da doença, será também um espaço para pesquisa multidisciplinar sobre a condição – que ainda é desvendada pelos cientistas após três anos de pandemia.

“O vírus continua circulando e temos que não apenas fortalecer a capacidade de resposta do país a novas ameaças da Covid-19 na saúde pública, seja na imunização, na vigilância, na pesquisa ou na assistência, mas também lidar com as enormes sequelas deixadas pela doença na população", defende o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, em comunicado da instituição.

"A inauguração do Centro de Covid Longa e o investimento em melhorias na Rede de Plataformas Tecnológicas são um marco importante para a Fiocruz no enfrentamento do impacto de longo prazo da Covid-19”, complementa.

Os projetos que serão realizados no centro envolvem os eixos “cardiovascular, respiratório, hematológico, imunológico, neurológico/fisioterápico, metabólico-nutricional, otorrinolaringológico e saúde mental/qualidade de vida”, diz a Fiocruz. O objetivo é oferecer aos pacientes diagnosticados com o quadro tratamento e reabilitação para que tenham uma melhora dos sintomas.

Além disso, a parte de pesquisa do novo local busca gerar novas evidências científicas sobre a síndrome, que poderão auxiliar na formulação de políticas públicas direcionadas ao impacto da Covid longa na população do país.

“O trabalho conjunto e sinérgico de pesquisadores da Fiocruz de diferentes áreas, propiciado pelo financiamento para o Centro de Covid Longa, acelera o desenvolvimento do conhecimento científico sobre o impacto da Covid Longa na população brasileira e a experiência estimula a realização de projetos colaborativos, em outras áreas”, afirma a diretora do INI/Fiocruz, Valdiléa Veloso.

O centro de Covid longa do INI/Fiocruz recebeu recursos da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e de emendas parlamentares das deputadas Benedita da Silva (PT/RJ) e Talíria Petrone (Psol/RJ) e dos ex-deputados Alessandro Molon (PSB/RJ), David Miranda (Psol/RJ), Felício Laterça (PSL/RJ), Marcelo Freixo (Psol/RJ).

Ambulatório da Uerj
Esse não é o primeiro local destinado ao tratamento da síndrome inaugurado no Rio de Janeiro. Com apenas pouco mais de um ano de crise sanitária, em junho de 2021, o Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Hupe-Uerj), inaugurou o Ambulatório Multidisciplinar Pós-Covid-19.

No ano passado, a unidade comemorou um ano de funcionamento, tendo registrado mais de 34 mil atendimentos ao longo dos 12 primeiros meses. Lá, são cerca de 15 especialidades de saúde disponíveis para oferecer ao paciente uma oportunidade de melhorar os sintomas que persistiram após a Covid-19.

O feito levou comissões da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) a reconhecerem o ambulatório como “uma referência no controle da pandemia na América Latina”.

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