SBI pede anulação de portaria do Ministério da Saúde sobre tratamento ineficaz contra Covid-19
Nota de repúdio da Sociedade Brasileira de Infectologia foi emitida nesta segunda (24), expressando 'indignação e urgência' na demanda
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) emitiu uma nota de repúdio nesta segunda-feira (24), à portaria da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde (SCTIE) do Ministério da Saúde, em insistir no tratamento contra Covid-19 com medicamentos comprovadamente ineficazes em detrimento das vacinas, desenvolvidas cientificamente de modo seguro e eficaz.
Além disso, a SCTIE/MS não aprovou os pareceres das "Diretrizes Brasileiras para o Tratamento Medicamentoso Ambulatorial e Hospitalar do Paciente com Covid-19", descritos como "frutos de meses do trabalho e elaborados por um grupo de cientistas, médicos, professores universitários e metodologistas das mais diversas instituições e sociedades médicas do Brasil", nomeados pelo próprio ministério, mas que são contra o "kit covid".
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Segundo o comunicado da SBI, o argumento usado pela secretaria "não tem a menor sustentação científica", sendo "composta exclusivamente por pontuações falaciosas", a exemplo do trecho:
“...há incerteza e incipiência do cenário científico diante de uma doença em grande parte desconhecida; presença de diversos medicamentos utilizados em caráter off-label durante a pandemia...”.
A SBI destaca que atualmente "não há mais debate ou dúvidas científicas sobre a não eficácia de Hidroxicloroquina/Cloroquina (HCQ/CQC) e Ivermectina entre outras drogas em termos de benefícios clínicos à pacientes com Covid-19".
"Nenhuma sociedade médica brasileira ou instituição pública nacional ou internacional tais como Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Center for Diseases Control (CDC) ou National Institute of Health (NIH) dos Estados Unidos, ANVISA, Sociedade Brasileira de Infectologia, Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) e a Associação Médica Brasileira recomenda o uso dessas medicações", elenca o comunicado, assinado por Alberto Chebabo, presidente da SBI, que continua:
"A portaria da SCTIE/MS vai além em termos de completo desalinhamento científico, e em uma tabela desastrosa tenta induzir erroneamente o entendimento que Hidroxicloroquina/Cloroquina (HCQ/CQC) tem comprovação de eficácia e é segura, e incrivelmente desacredita as vacinas contra Covid rotulando como sem efetividade e com dúvidas sobre a segurança".
Diante disso, a SBI pede — com indignação e urgência — a anulação da portaria, assim como a aprovação das dretrizes para o tratamento ambulatorial e hospitalar "na forma em que foram aprovadas pela Conitec" e apoiadas pelo Comitê Extraordinário de Monitoramento da Covid-19 da Associação Médica Brasileira.