Se destroços não forem do submarino, forma de respirar pode fazer oxigênio render mais horas
Especialista de Stanford explica que respirar de forma menos profunda e frequente poderia render um tempo a mais de sobrevivência para os tripulantes
Enquanto as equipes de busca e resgate vasculham o Atlântico Norte em busca do submersível Titan desaparecido, uma questão primordial pode ditar o destino dos cinco passageiros caso os destroços encontrados não sejam do submarino: quanto de oxigênio ainda resta?
O submersível contém uma quantidade finita de oxigênio, que uma vez consumido deixa os passageiros sem ar respirável. Estima-se que a contagem tenha começado no domingo com cerca de 96 horas de suprimento.
Na manhã de quarta-feira, o almirante da Guarda Costeira dos Estados Unidos encarregado da busca disse, em uma entrevista transmitida, que a quantidade restante provavelmente diminuiu para cerca de 20 horas.
Mas não há como dizer com mais precisão quanto ainda pode sobrar, até porque a forma de respirar pode influenciar. Supondo que a embarcação ainda esteja intacta debaixo d'água, existem várias variáveis que podem ajudar a prolongar o tempo de sobrevivência das cinco pessoas a bordo, explica David Cornfield, pneumologista da Universidade de Stanford, nos EUA.
Se eles puderem permanecer calmos e respirar de forma menos profunda e frequente, eles podem ganhar mais algumas horas, diz.
— Eles podem mudar modestamente a curva — avalia Cornfield. Por exemplo, se eles conseguirem diminuir a respiração o suficiente para ganhar 10% a mais de tempo, isso acrescentaria nove horas de sobrevivência à possível janela de resgate.
O nível de dióxido de carbono, um gás invisível que é exalado durante a respiração, também afeta o tempo de sobrevivência. Se o dióxido de carbono aumentar muito no ambiente, as pessoas a bordo podem ficar com sono, cair inconscientes e eventualmente morrer. Porém, diz-se que o Titan está equipado com um purificador, ou filtro, destinado a extrair o excesso de dióxido de carbono do ar na embarcação fechada.
Nesta quarta-feira, a Guarda Costeira dos Estados Unidos informou ter encontrado destroços próximos ao Titanic, que podem ser do submarino.