Secretário estadual de Saúde, André Longo diz que é preciso ter cautela com vacina russa
O titular da pasta reconhece a importância do imunizante, mas reforça o cuidado para não criar falsas expectativas
A vacina russa contra a Covid-19, primeiro imunizante a ser registrado contra a doença no mundo, anunciada na manhã desta terça-feira (11), é vista como animadora e promissora pelos órgãos de saúde de Pernambuco e do Recife. No entanto, os secretários de Saúde André Longo, do Estado, e Jailson Correia, do Recife, ponderam que é necessário ter cautela com a novidade. "Não se pode, a essa altura, criar falsas expectativas sobre vacinação em massa. Reconhecemos a importância da iniciativa, mas é de extrema importância avaliar a vacina com mais detalhes", afirmou Longo.
Durante a coletiva desta terça-feira, o titular da pasta em Pernambuco aproveitou para lembrar que, caso as tratativas com a vacina russa, ou qualquer outra, avancem, a responsabilidade de importação bem como a organização de uma estratégia de vacinação cabem, prioritariamente, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e ao Governo Federal, respectivamente.
A notícia saiu no mesmo dia em que Pernambuco ultrapassou a marca dos sete mil mortos pela doença. No dia 11 de agosto, foram confirmados mais 601 novos casos, sendo 116 (19%) casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 485 (81%) leves, ou seja, pacientes que não demandaram internamento hospitalar e que já estavam curados, ou na fase final da doença. O Estado totaliza agora 105.982 casos, sendo 24.363 graves e 81.619 leves. Também foram confirmados 38 óbitos, ocorridos desde o dia 25 de maio. O boletim informou ainda que mais 2,5 mil pessoas foram curadas da doença no Estado, o que corresponde ao percentual de 80,8% dos casos com diagnóstico positivo recuperados da doença. Ao todo, 85.731 pessoas evoluíram para cura. Destes, 13.591 eram pacientes graves, que necessitaram de internamento hospitalar, e 72.140 eram casos leves.
André Longo salientou que Pernambuco tem oscilado entre a estabilização e a queda de casos. Segundo ele, os dados do Estado variam porque não há um comportamento homogêneo em todo o território. "Enquanto o Recife a Região Metropolitana têm puxado os nossos índices para baixo, os números no interior têm subido. E isso provoca a variação dos dados gerais de Pernambuco. Mas, com a adoção das medidas e com o cumprimento dos protocolos, nos próximos dias será possível alcançar essa homogeneidade", enfatizou.
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Ipojuca há 22 dias sem registro de morte
O município do Ipojuca, na Região Metropolitana, alcançou a importante marca de 22 dias sem registrar óbitos por Covid-19. De acordo com secretário de Saúde do Ipojuca, Wendel França, o fato de a cidade não registrar óbito pela doença desde o dia 19 de julho é reflexo das ações sanitárias e do rigor no cumprimento dos protocolos de saúde.
“As pessoas entenderam que o uso da máscara evita o contágio e pode salvar vidas. Ainda temos dificuldade em relação ao distanciamento nas filas de bancos e lotéricas, mas ampliamos a testagem, o monitoramento dos doentes em domicílio, as ações de conscientização com carro de som e nas redes sociais, a desinfecção nas ruas, praças, instituições bancárias e mercados, além das barreiras sanitárias nos acessos a Porto de Galinhas e Serrambi”, afirmou Wendel, que também é presidente do Comitê contra o Coronavírus do Ipojuca. Até o boletim de ontem, Ipojuca registrou 717 casos confirmados. Destes, 571 foram recuperados e 90 vieram a óbito. Além disso, a taxa de ocupação no Hospital de Campanha está em 6,4%.