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Secretário rebate Pfizer e diz que não pode 'levar empresa pelo braço' para pedido na Anvisa

Elcio Franco diz que posição da empresa sobre dificuldade em pedir uso emergencial causou surpresa e que regras da agência são semelhantes a outros países

Elcio Franco, secretário-executivo do Ministério da SaúdeElcio Franco, secretário-executivo do Ministério da Saúde - Foto: Reprodução

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, rebateu críticas nesta terça-feira (29) de que haja demora do governo em fechar acordos com laboratórios para obter vacinas e disse que "não pode pegar a Pfizer pelo braço" e pedir que a empresa entre com pedido na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

"Não posso pegar a Pfizer pelo braço e falar Pfizer, entregue o seu relatório à Anvisa, e pedir que Anvisa aprecie no menor tempo. Ela tem que seguir seus passos", disse.

Franco disse ainda que causou surpresa à pasta posicionamento apresentado pela empresa nesta segunda (28). No documento, a Pfizer afirma que não pretende solicitar o uso emergencial da vacina no Brasil devido a dificuldades neste processo na Anvisa.

 

Com isso, a opção adotada seria seguir outro modelo, chamado de submissão contínua –o que prevê o envio escalonado de documentos até que haja o pedido de registro. A justificativa é que essa opção seria "mais célere".

"Nos causou espécie um pronunciamento que ocorreu ontem de determinado laboratório de que estava com dificuldade pelas solicitações da Anvisa, uma vez que os aspectos solicitados são os mesmos solicitados pelo FDA, dos Estados Unidos", afirmou Franco.

Segundo ele, a pasta vai tentar conversar com o laboratório sobre eventuais dificuldades.

A posição da empresa nesta segunda ocorreu horas após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em meio a críticas pelo atraso no início da vacinação, questionar laboratórios que desenvolvem imunizantes e dizer que eles deveriam estar interessados em vender os produtos para o país.

Na nota, a Pfizer informou ainda que a falta de um acordo definitivo com o Ministério da Saúde dificulta o pedido à Anvisa, já que o critério de uso emergencial exigiria "detalhes do quantitativo de doses e cronograma que será utilizado no país".

Questionado, Franco rebateu. "A própria Pfizer já nos informou sobre a possibilidade de fornecer 2 milhões de doses para o primeiro trimestre, e basicamente seriam essas doses que iríamos inserir em uma autorização para uso emergencial", disse. "Não nos opomos a qualquer diálogo com a Pfizer. Temos pressa em conseguir o imunizante e não temos criado nenhuma dificuldade."

O secretário, no entanto, voltou a dizer que um contrato com a empresa e com outros laboratórios só deve ser fechado quando houver aprovação da vacina na Anvisa.

"Não tem como fechar sem autorização da Anvisa. Mas se falta algum dado para ela conseguir isso, ela não nos solicitou, e poderia ter solicitado por telefone até para começar", disse.

Franco disse ainda que o cancelamento da apresentação de dados da vacina Coronavac pelo Butantan, outro laboratório cujo acordo com o ministério ainda não foi fechado, gerou "frustração" na pasta.

Desde outubro, a vacina é alvo de uma guerra política entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria.

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