Logo Folha de Pernambuco

Saúde

Secretários de Saúde criticam fim do estado de emergência sem plano de transição

Entre os principais pontos, estão o prazo de 30 dias para começar a vigorar. Tempo é considerado exíguo

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Integrantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) planejam entregar ao Ministério da Saúde, nesta terça-feira (19), uma carta com críticas ao fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin). Ao GLOBO, interlocutores afirmaram que entre os principais pontos de insatisfação estão o prazo de 30 dias para entrar em vigor, considerado “exíguo” e a falta de um plano de transição para a saída do estado de emergência.

O documento, que está em fase de finalização, deve ser divulgado na manhã de terça-feira. Secretários se reúnem na noite desta segunda para alinhar os tópicos, que ainda precisam de ajustes.

"O foco principal é a transição do estado de emergência. Nós reconhecemos que caminhamos para superá-lo, mas pretendemos que não seja um ato administrativo puro e simples de revogação de ato anterior, mas que compreenda estratégia de saída do estado de emergência, o que permita que todos os entes federados tenham prazo mínimo para poder adequar todos os seus atos administrativos e seus contratos", disse ao GLOBO o presidente do Conass, Nésio Fernandes.

Outro secretário de Saúde, ouvido em caráter reservado pela reportagem, afirmou que "o prazo de 30 dias, divulgado pelo ministro (da Saúde, Marcelo Queiroga), é inexequível” e que “o documento (dos conselhos) exigirá 90 dias para que haja tempo de adequações”. A avaliação é de que três meses são o tempo necessário para adequar as medidas.

"Você tem um óbito a cada 14 minutos no Brasil por uma doença que já é imunoprevenível (por vacinas). Não podemos nos vangloriar com ufanismo em torno do plano de vacinação e desmerecer as insuficiências dele: temos desigualdades regionais que precisam ser enfrentadas e uma velocidade de vacinação infantil ruim", continua Fernandes, que também é secretário de Saúde do Espírito Santo.

Um dos pontos de atenção está no recrutamento de profissionais de saúde por meio da contratação por contratos temporários e emergenciais, o que precisa de prazo para ajustes. 

Queiroga anunciou o fim do estado de emergência — que não significa o fim da pandemia, salientou o ministro — em pronunciamento na noite do último domingo. Uma portaria deve ser publicada até o fim da semana, com as novas diretrizes. Segundo o ministério, a transição é sustentada pelo avanço da vacinação e pela queda do número de casos e de mortes.

Veja também

É "incerto" se a COP29 terá sucesso, diz comissário europeu
cop29

É "incerto" se a COP29 terá sucesso, diz comissário europeu

Homem de 25 anos acorda momentos antes de ser cremado na Índia
ERRO

Homem de 25 anos acorda momentos antes de ser cremado na Índia

Newsletter