Sem Lasso, oito candidatos disputarão eleições antecipadas no Equador
O presidente abriu mão da disputa depois de aparecer em último lugar nas pesquisas de intenção de voto
Oito candidatos, entre empresários e ex-congressistas, se inscreveram para participar das eleições gerais antecipadas do Equador, que serão realizadas em 20 de agosto. O presidente Guillermo Lasso — que no mês passado dissolveu o Congresso em meio a um processo de impeachment — já anunciou que não participará do pleito, após uma pesquisa mostrá-lo atrás de seus principais concorrentes.
Após o registo das candidaturas, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) verificará se os candidatos cumprem os requisitos e abrirá a fase de impugnação. A lista final de candidatos será conhecida no dia 6 de agosto.
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O líder indígena Yaku Pérez, terceiro colocado nas eleições de 2021, tentará novamente chegar ao cargo. Após deixar o movimento Pachakutik, braço político da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), Pérez representará uma coalizão de esquerda formada pelas legendas Unidade Popular, Democracia Sim, Partido Socialista e Somos Água. O Pachakutik, que chegou a anunciar o nome de Leonidas Iza, não chegou a um acordo sobre uma candidatura, em meio a intensas lutas internas.
Pelo Revolução Cidadã, partido do ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), a candidata registrada é a ex-deputada Luisa González, única mulher que disputará a Presidência. Seu vice será Andrés Arauz, que em 2021 foi derrotado por Lasso no segundo turno. González é advogada, e já foi ministra do Trabalho e do Turismo. Otto Sonnenholzner, que foi vice-presidente de Lenín Moreno (2017-2021), entre dezembro de 2018 e julho de 2020, também se inscreveu.
Três empresários também entraram na disputa: Daniel Noboa, filho do magnata Álvaro Noboa, que disputou a Presidência cinco vezes; Jan Topic, ligado a empresas de segurança e telecomunicações e ex-atirador da Legião Estrangeira Francesa, e Xavier Hervas, que já participou de pleitos anteriores.
O advogado Bolívar Armijos e o sindicalista Fernando Villavicencio também anunciaram suas candidaturas.
As novas eleições valerão apenas para o restante do mandato original de Lasso, que termina em maio de 2025. O ex-banqueiro, de 67 anos, é popular entre investidores, mas não entre a população geral, onde tem 80% de rejeição. Uma pesquisa publicada no fim de maio o colocou em último lugar entre os principais candidatos à Presidência.
O Congresso, controlado pela oposição, tentou duas vezes o impeachment de Lasso — a segunda tentativa foi evitada com a dissolução da Casa. O mecanismo, conhecido como "morte cruzada", está previsto na Constituição, porém nunca havia sido usado no país. Desde então, o presidente governa por decreto.
No poder desde 2021, ele era acusado de ter cometido peculato durante a gestão da estatal de navegação Flota Petrolera Ecuatoriana (Flopec). Segundo as denúncias, Lasso manteve em vigor um contrato assinado antes de sua posse para o transporte de petróleo bruto com o grupo internacional Amazonas Tanker, que deixou prejuízos de mais de US$ 6 milhões (R$ 29,6 milhões).