Sem metrô, passageiros enfrentam dificuldades na volta para casa nesta quinta (3) na RMR
Esquema de linhas especiais foi montado para o horário de pico
Com a paralisação dos metroviários, a volta para casa dos passageiros que utilizam o meio de transporte na Região Metropolitana do Recife foi conturbada nesta quinta-feira (3).
Apesar da determinação do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região de que ao menos 60% da frota circulasse durante o horário de pico, os trabalhadores permaneceram de braços cruzados. Com a adesão total ao movimento grevista, as 36 estações que integram o sistema continuaram fechadas durante a noite desta quinta.
Leia também
• TRT-6 prevê multa diária de R$ 60 mil caso metrô não funcione com 60% dos trens no horário de pico
• Privatização do Metrô do Recife está sendo reavaliada pelo Governo Federal
• Recife e RMR: Paulo Câmara diz que Banco do Nordeste pode ajudar "recuperação" do metrô
Na estação Recife, que também conta com um terminal integrado com ônibus, a movimentação de passageiros era fraca. O local, que se conecta às linhas Centro e Sul do metrô, manteve as portas fechadas.
Para a consultora de vendas Yasmin Souza, de 19 anos, a greve foi uma surpresa. “Eu moro em Camaragibe e trabalho no Centro [do Recife], hoje precisei usar o BRT para chegar no trabalho. Não sabia que estava em greve. Geralmente eu levo 1h para chegar, hoje levei quase 2h. Agora, vou pegar carona com um amigo para voltar para casa”.
Já na integração da Joana Bezerra, o movimento de passageiros estava intenso. No local, a linha especial TI Joana Bezerra/TI Afogados/TI Barro passou a circular com o objetivo de diminuir o impacto da paralisação na rotina da população. Além dessa, o Grande Recife também iniciou a operação das linhas TI Jaboatão/TI Barro e TI Camaragibe/TI TIP e o reforço de outras 18.
Por meio de nota, o consórcio pediu a compreensão e a colaboração do usuário com um possível aumento na demanda.
“A capacidade de transporte de uma composição do metrô é bem maior que a do ônibus. Agentes do órgão estarão nas ruas acompanhando todo o plano de contingência e fazendo os devidos ajustes na operação”, informou o consórcio.
A auxiliar administrativa Ana Paula Pereira, 39 anos, aguardava a chegada de um dos ônibus da linha especial para retornar do trabalho. “Na ida, peguei engarrafamento em todos os lugares que passei. Foram três horas no trajeto. Agora na volta, o ônibus para chegar até a Joana Bezerra também demorou bastante”.
No TI Largo da Paz, que realiza integração com a linha Sul, a espera dos passageiros também foi prolongada com a greve. Moradora do bairro de Beberibe, na Zona Norte do Recife, a costureira Regina Santana, 65 anos, precisou gastar duas passagens para realizar cada etapa do seu trajeto.
“Hoje pela manhã consegui pegar uma carona com a minha irmã até metade do caminho. Agora, peguei um ônibus de Cajueiro Seco até aqui e ainda vou pegar outro. Geralmente eu levo 1h40 no total, mas hoje, devo levar o dobro”, comentou.
Nesta sexta (4), a expectativa é que os metroviários entrem em acordo com a CBTU. A categoria participará de uma audiência de conciliação com a companhia promovida pelo TRT-6. Após a reunião, os trabalhadores se reúnem em assembleia geral para debater sobre uma possível continuidade da greve.