Sem mortes por Covid em 20 dias de março e com atendimentos em queda, Recife desmobiliza leitos
Decisão foi possível, de acordo com a Prefeitura do Recife, graças à queda dos indicadores da pandemia
O Recife iniciou, nessa quinta-feira (31), a desmobilização de leitos dedicados à Covid-19 diante da melhora no cenário epidemiológico. O processo está sendo feito nas Policlínicas Agamenon Magalhães, em Afogados; Barros Lima, em Casa Amarela; Arnaldo Marques, no Ibura; e Amaury Coutinho, na Campina do Barreto.
A decisão foi possível, de acordo com a Prefeitura do Recife, graças à queda dos indicadores da pandemia de Covid-19, ao amplo processo de vacinação na cidade e à redução na procura por atendimentos deste tipo.
A capital pernambucana, segundo dados da Secretaria de Saúde (Sesau), não registrou mortes por coronavírus em 20 dias alternados do mês de março, sendo dez consecutivos entre 11 e 20 de março, a maior sequência desde o início da pandemia. É importante lembrar que os dados de óbitos são dinâmicos e podem sofrer alterações a depender do balanço diário.
Já a procura por leitos caiu de 1.079 atendimentos em 24 de janeiro, a maior em 2022, para 250 em 30 de março - uma queda de 77%. De acordo com a prefeitura, esses dados incluem atendidos com suspeita ou confirmação de infecção por coronavírus.
Redução nas policlínicas chega a 95%
Na Policlínica Arnaldo Marques, a redução foi de 95%. Em 24 de janeiro, o posto atendeu 272 pessoas. Na última quarta-feira (30), esse total caiu para 14.
Já na Policlínica Barros Lima, os números passaram de 305 para 20 - uma queda de 93%. Na Policlínica Amaury Coutinho, houve um decréscimo de 85% dos atendimentos no mesmo período, quando os atendimentos saíram de 228 pessoas para 34.
A redução na Policlínica Agamenon Magalhães também foi expressiva: os números saíram de 257 para 40 - uma diminuição de 84%.
Queda também em casos e positividade
A Sesau também observa queda no total de casos confirmados de Covid-19 e a porcentagem de positividade. Na comparação entre a semana epidemiológica de 20 a 26 de março (SE 4) e 23 a 29 de janeiro (SE 12), quando houve o pico da doença na cidade, a redução foi de 93,52% na confirmação de novos casos.
No primeiro momento, a cidade chegou a registrar 14.494 pessoas infectadas e no segundo, foram 939 registros.
Na SE 4 o índice estava em 40,1%, enquanto que na SE 12 passou para 17,4% - ou seja, um decréscimo de 56,60%. Esse padrão de redução vem se observando de forma mais acentuada desde a SE 6, que vai de 6 a 12 de fevereiro.
Queda nos atendimentos do Samu
O Samu Metropolitano do Recife também apresentou redução no número de envios de ambulância para atender pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag).
Em março de 2021, o serviço chegou a enviar 1.591 viaturas para prestar socorro a pessoas com suspeita ou confirmação de covid-19. Agora, até 26 de março deste ano, foram mobilizados 173 veículos para essas ocorrências - demonstrando uma redução de 89,1%.