MOBILIDADE

Sem ônibus e sem metrô, quarta-feira (26) começa complicada na RMR; confira movimentação

Folha de Pernambuco percorreu principais terminais de ônibus da Região Metropolitana do Recife

Movimentação no TI Afogados em dia de greveMovimentação no TI Afogados em dia de greve - Foto: Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco

Um dia sem ônibus e sem metrô: foi assim que começou a quarta-feira (26) na Região Metropolitana do Recife (RMR). É que os motoristas rodoviários decretaram greve por tempo indeterminado, e os metroviários paralisaram as atividades por 48 horas.

A atitude afeta diretamente cerca de 2 milhões de pernambucanos. Ambas as decisões foram tomadas nessa terça-feira (25). A reportagem da Folha de Pernambuco percorreu principais terminais da RMR. 

No TI Camaragibe, a movimentação de passageiros era normal, embora o fluxo de ônibus tenha sido baixo.

Adriana Maciel tem 38 anos e trabalha como auxiliar administrativo. Todos os dias, ela leva uma hora para ir de Camaragibe ao bairro do Derby, na área central do Recife, mas acredita que, nesta quarta-feira, a realidade vai ser bem diferente.

"Eu já tento chegar mais cedo por conta dos transtornos que acontecem com os ônibus, porque sempre demoram ou quebram. Quanto a essa greve, eu nem concordo e nem discordo, porque o povo sempre sofre com as consequências. Mas eles [os rodoviários] estão procurando a melhoria deles", afirma.

O técnico de Telecom Hugo Carneiro, 38 anos, não conseguiu chegar ao trabalho. Ele passou mais de 30 minutos esperando por um ônibus ou metrô na Estação Afogados, na Zona Sul do Recife.

"Eu achei que teria algum ônibus que fosse para Joana Bezerra, como nas outras greves, mas não colocaram nenhum. Eu demoro, normalmente, 20 minutos para chegar no trabalho. Hoje não sei nem se vou chegar. Infelizmente, só prejudica a gente", pontuou.

Depois de trabalhar 18 horas, a técnica de enfermagem Maria José (foto abaixo), de 38 anos, precisava de um ônibus para chegar em casa. Ela mora em Jaboatão dos Guararapes. Quando soube da greve, ficou frustrada. A usuária passou quase uma hora esperando por um ônibus, também no T. I. Afogados. 

"Agora eu estou tentando ir para Boa Viagem e ver como eu faço para chegar em Jaboatão. Em dias normais, eu levo, no máximo, uma hora e meia para chegar em casa. Hoje acho que vou levar umas três horas", explicou.

Maria José, técnica de enfermagem, de 38 anos

De cara com a frustração
O recepcionista Wilson Fernando, que trabalha na Imbiribeira, Zona Sul, definiu esta quarta-feira de greve como um dia "frustrante". Embora tenha passado quase meia hora esperando por um ônibus, na Estação Joana Bezerra, área central do Recife, e lidando com a possibilidade de atrasar para chegar ao trabalho, ele apoia a paralisação dos profissionais rodoviários e metroviários.

"Querendo ou não, esse ato é por um benefício maior para esses funcionários, que trabalham até com dupla função. A demanda deles também é muito grande. Está difícil para todo mundo, porque, de fato, uma grande massa da população pernambucana necessita do transporte público para chegar no trabalho e isso está gerando um tremendo caos", desabafou.

Atrasado há quatro horas
Um pedreiro, que preferiu não se identificar, esperava por um ônibus, no T. I. Barro, na Zona Oeste. A primeira opção para ele era o metrô, mas o modal também está paralisado na Região Metropolitana do Recife.

O impacto foi direto na profissão dele e o rendeu duras quatro horas de atraso. O profissional trabalha em Cajueiro Seco, Jaboatão dos Guararapes, e, em dias normais, leva apenas uma hora para chegar ao local. Mas, mesmo com o dia caótico, ele opina sobre a greve.

"Eu concordo com esse ato, contanto que não prejudique a gente. Eu largo às 17h. Não sei nem como vai ser a minha volta para casa. Moro em Paulista. Eu tive que chamar um colega para pegar a minha equipe, na hora da largada, já que não sei como vai ser a questão do transporte público", explicou.

Quase cinco horas no terminal e sem ônibus...
Foi inevitável ver o olhar de frustração do vigilante Adelson Augusto, de 52 anos. Ele estava esperando por um ônibus, no T. I. Barro, para tentar descansar, após uma noite inteira de trabalho. O profissional mora em Cavaleiro, Jaboatão, e contou a situação que é fruto de um dia totalmente atípico em Pernambuco.

É muito difícil. A gente passa 12 horas trabalhando, e quando chega aqui encontra esse cenário. Eu estou com muita fome, nem água eu tomei. Estou com muito sono. Não tenho dinheiro para optar por um transporte alternativo. A vida do cidadão está muito complicada.

Adelson Augusto, vigilante, 52 anosAdelson Augusto, vigilante, 52 anos | Foto: Alexandre Aroeira/ Folha de Pernambuco

Confira as imagens dos principais terminais integrados da RMR

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