Moda

Semana de Moda de Milão retoma luxo discreto e peças quentes

"Luxo discreto" é uma expressão que resume a tendência principal da temporada atual

O retorno ao luxo discreto e às peças quentesO retorno ao luxo discreto e às peças quentes - Foto: Gabriel Bouys / AFP

O retorno ao luxo discreto e às peças quentes, inclusive invernais, aparentemente pouco compatíveis com o aquecimento global, são os fios condutores das principais tendências da moda italiana para a temporada 2024.

Cores, cortes, conceitos: confira a seguir um resumo da Semana de Moda de Milão.

Luxo discreto
"Luxo discreto" é uma expressão que resume a tendência principal da temporada, já amplamente apresentada após a covid e a ideia do "decrescimento": o brilho e o maximalismo dão lugar a uma descrição que pretende ser atemporal.

A Gucci deu um salto radical da excentricidade de Alessandro Michele ao elegante de Sabato de Sarno, que prioriza a qualidade dos materiais e do corte. Já na Fendi, Kim Jones privilegiou o conforto e a confiança, saias até os joelhos, cardigans e pequenas luvas retrô.

A mesma tendência foi vista nos desfiles de Ferragamo, Max Mara e Tod's. “O que vemos hoje na moda e nos desfiles me faz pensar que, enfim, compreendeu-se o que proclamamos há anos”, disse Giorgio Armani após o seu desfile, que fechou a semana de moda italiana.

Couro
As apostaram no couro, nas calças plissadas da Fendi ou na camurça de Roberto Cavalli, e também em saias de marcas com grandes fendas e microshorts, no caso da Gucci.

Em sua coleção para a Bottega Veneta, Matthieu Blazy não teve medo de tecer o couro, torcê-lo, dobrá-lo, amarrá-lo e furá-lo até criar a ilusão de que se tratava de um tecido. Já na Prada, a couro era envelhecida, em estilo motociclista, e adornada com pérolas e strass em uma saia.

Peças quentes
Os estilistas de Milão preveem uma primavera fria. A Bottega Veneta apresentou casacos de lã, enquanto a Moschino vestiu malhas da cabeça aos pés e gorros de lã.

Os modelos exibiram ‘trench coats’ na Dolce & Gabbana e peles na Fendi – uma das últimas marcas de luxo a apresentar peles verdadeiras em suas coleções.

O estilo "fora do escritório" da Boss foi semelhante a uma coleção de inverno e incluía jaquetas e peças de caxemira. Os calorentos podem optar pelo estilo ‘hot pant’ com meia-calça da Dolce & Gabbana.

Toneladas de verde
Embora a paleta de cores tenha sido sóbria, variando do preto ao cinza e do branco ao bege, os estilistas apreciaram vários tons de verde, que acendiam os 'looks'.

Na Gucci, o verde-limão ganhou destaque em um sobretudo com franjas. Na Tod's, o verde apareceu em um conjunto de camiseta e saia na altura do joelho.

A Max Mara foi da esmeralda ao militar, cor perfeita para imitações de short ou calça com cinto. Giorgio Armani, por sua vez, preferiu o verde cintilante.

Beleza velada
A tendência é a transparência, mas sem exageros. Na Prada, o náilon, marca da casa, tornou-se flexível, conferindo aos vestidos sem mangas em tons pastéis um efeito vaporoso.

Cavalli dedicou-se com entusiasmo aos vestidos transparentes e estampas de folhagens. Na Dolce&Gabbana, 'trincheiras' pretos mal cobriam a lingerie. O véu da noiva foi acompanhado de um corpete.

Giorgio Armani usou transparência em saias longas de tule e sobreposições em organza nas calças. Já na Missoni, o padrão geométrico tradicional da marca foi apagado para ir na direção de uma transparência que adere aos corpos.

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