Senadora republicana pede renúncia de Trump
Lisa Murkowski afirmou que ele já "causou dano suficiente" à nação.
A senadora Lisa Murkowski se tornou nesta sexta-feira (8) a primeira republicana na Câmara Alta a pedir publicamente a renúncia do presidente Donald Trump, afirmando que ele já "causou dano suficiente" à nação.
A senadora pelo Alasca também pôs em dúvida seu próprio futuro no Partido Republicano, advertindo que poderia deixar a formação se esta continuar escrava de Trump, apesar de o presidente ter incitado uma multidão de apoiadores a invadir o Capitólio, sede do Legislativo, em Washington, para reverter sua derrota nas eleições presidenciais de novembro.
"Quero que ele renuncie. Eu o quero fora. Causou dano suficiente", disse Murkowski, revoltada com o comportamento do presidente, em entrevista ao jornal Anchorage Daily News.
"Não se concentrou no que está acontecendo com a covid-19. Ou ficou jogando golfe ou dentro do Salão Oval bufando e sacrificando todas as pessoas que lhe foram leais", disse em alusão ao presidente.
"Só quer ficar ali por seu ego. Tem que ir embora. Tem que fazer o que é o certo, mas não acho que seja capaz de fazer o que é certo", acrescentou.
Murkowski, de 63 anos, se opôs ao seu partido e a Trump em várias ocasiões, mas no ano passado votou pela absolvição do presidente no processo de impeachment lançado contra ele.
Em 2010, depois de perder as primárias para o candidato apoiado pela ex-governadora do Alasca, Sarah Palin, Murkowski se candidatou sem estar vinculada a nenhum partido, o que significa que os eleitores tinham que escrever seu nome caso quisessem que ela se elegesse. E ela venceu.
"Se o Partido Republicano se tornou nada mais do que o partido de Trump, sinceramente me questiono se é o partido para mim", disse ao Anchorage Daily News.
A maioria dos republicanos no Senado não apoia, ao menos publicamente, a destituição de Trump.
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O congressista Adam Kinzinger foi o primeiro republicano da Câmara de Representantes a pedir a remoção de Trump mediante a 25ª Emenda da Constituição, que permite ao vice-presidente e à maioria do gabinete destituir um presidente que seja considerado incapaz de cumprir suas funções.
Vários republicanos do Senado expressaram sua indignação com o comportamento de Trump, mas nenhum havia declarado explicitamente que queria sua renúncia.
O senador Ben Sasse disse à CBS nesta sexta-feira que "definitivamente consideraria" os artigos do julgamento político promovido pelos democratas.
Mitt Romney, o único republicano no Senado que votou a favor do impeachment de Trump em 2019, destruiu o presidente em um discurso no plenário, quando foi retomada a sessão de certificação da vitória do democrata Joe Biden nas eleições de novembro, interrompida pela invasão do Capitólio.
Mas nesta sexta não chegou a pedir a destituição de Trump.
"Acho que temos que segurar a respiração" até 20 de janeiro, quando Biden assumirá a Presidência, disse ao The Washington Post.