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política

Senadores dos EUA pedem investigação sobre falha de segurança em chat

A oposição democrata alega que falha poderia ter colocado em perigo a vida de soldados americanos e pede a renúncia do chefe do Pentágono

Uma fita de teletipo da Fox News na lateral do edifício News Corp. Uma fita de teletipo da Fox News na lateral do edifício News Corp.  - Foto: Timothy A. Clary / AFP

Dois senadores americanos, um democrata e um republicano, pediram nesta quinta-feira (27) uma investigação sobre a inclusão de um jornalista em um chat na plataforma de mensagens Signal, no qual altos funcionários discutiam ataques contra os huthis no Iêmen.

Em uma carta, o senador republicano Roger Wicker, presidente do Comitê de Serviços Armados do Senado, e o democrata Jack Reed, membro sênior da mesma comissão, solicitaram ao inspetor-geral do Pentágono que "realize uma investigação" sobre essa impressionante falha de segurança.

A revista The Atlantic publicou quase toda a conversa, à qual o seu editor-chefe, Jeffrey Goldberg, foi adicionado por engano.

O assessor de Segurança Nacional, Mike Waltz, incluiu Goldberg em um grupo de mensagem que contava, entre outros, com o secretário de Defesa, Pete Hegseth, o vice-presidente JD Vance e os chefes de inteligência e da CIA.

A oposição democrata alega que isso poderia ter colocado em perigo a vida de soldados americanos e pede a renúncia do chefe do Pentágono por ter compartilhado detalhes de um ataque planejado no Iêmen.

Para o presidente Donald Trump, trata-se de uma "caça às bruxas". Ainda assim, na quarta-feira, ele declarou a jornalistas que não está preocupado com a possibilidade de uma investigação no Congresso.

Na carta, os senadores Wicker e Reed pedem ao inspetor-geral que investigue os "fatos e circunstâncias" dessa falha de segurança.

"Se for verdade, este artigo levanta dúvidas sobre o uso de redes não seguras para discutir informações confidenciais e secretas de defesa", acrescentam.

Na quarta-feira, Wicker afirmou que as informações compartilhadas deveriam ter sido "classificadas". A Casa Branca discorda.

"Nunca negamos que tenha sido um erro", repetiu nesta quinta-feira a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.

Waltz reconheceu publicamente sua "responsabilidade" por ter adicionado o jornalista ao chat.

A procuradora-geral Pam Bondi afirmou nesta quinta-feira que há poucas chances de que seja aberta uma investigação criminal sobre essa falha de segurança.

"Era informação sensível, mas não classificada, e foi revelada por engano", disse ela, elogiando o sucesso dos ataques americanos contra os huthis realizados em 15 de março.

"A missão foi um grande sucesso", enfatizou.

Washington prometeu usar toda a força necessária para impedir que os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã, ataquem os navios que utilizam as rotas comerciais do Mar Vermelho.

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