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ESTADOS UNIDOS

'Que sensação incrível', diz Trump em seu retorno à Casa Branca

O republicano agiu como se nunca tivesse deixado o local, após tomar posse para seu segundo mandato

Presidente dos Estados Unidos, Donald TrumpPresidente dos Estados Unidos, Donald Trump - Foto: Jim Watson/POOL/AFP

Não há lugar como o lar. E para Donald Trump, o retorno a Washington, mais precisamente à Casa Branca, ocorreu após quatro anos tumultuosos.

"Que sensação incrível", disse Trump aos repórteres quando lhe perguntaram como se sentia ao voltar ao Salão Oval na segunda-feira (20). "Uma das melhores sensações que já tive", comentou.

O republicano agiu como se nunca tivesse deixado o local. Também não mencionou o fato de ter caído em desgraça depois que uma multidão de seus apoiadores atacou o Capitólio — sede do Congresso americano — em janeiro de 2021, tentando reverter sua derrota eleitoral para o democrata Joe Biden.

Em vez disso, o magnata de 78 anos foi direto para uma coletiva de imprensa improvisada de 50 minutos no coração simbólico da presidência dos Estados Unidos.

Mas se tudo pareceu familiar, foi em grande parte graças ao trabalho de um exército de funcionários da Casa Branca. Eles tiveram apenas cerca de cinco horas para apagar todos os vestígios de seu antecessor democrata e criar o Salão Oval 2.0 de Trump.

O novo presidente não confirmou os relatos sobre o retorno do famoso "botão de Coca Diet", uma tecla na mesa que ele pressionava durante seu primeiro mandato para obter um copo de sua bebida favorita em uma bandeja de prata.

Mas havia sinais de outras mudanças por toda parte.

"Decoradores extraordinários"
Um retrato de George Washington está pendurado acima da lareira, como estava quatro anos antes, substituindo um de Franklin D. Roosevelt que ocupava este lugar durante o mandato de Biden, acompanhado por outro retrato do terceiro presidente dos EUA, Thomas Jefferson.

Um busto do líder britânico Winston Churchill durante a Segunda Guerra Mundial também teria retornado ao seu lugar no Salão Oval, como em seu primeiro mandato.

O objetivo, como sempre acontece com a presidência, é retratar uma imagem de poder e dignidade, e Trump acredita que sua equipe teve um desempenho muito bom.

"Acabei de chegar. Meu pessoal chegou antes, eles têm decoradores extraordinários", disse o republicano, que passou a maior parte dos últimos quatro anos em seu luxuoso resort de Mar-a-Lago, na Flórida.

Apontando para retratos de seus antecessores, o 47º presidente dos EUA afirmou: "Posso viver com George Washington, posso viver com Thomas Jefferson; eles seguiram um caminho muito seguro".

Mas o magnata teve uma surpresa. Quando perguntado se Biden havia lhe deixado a tradicional carta de transmissão de poder, ele respondeu que ainda não sabia e verificou dentro da gaveta do histórico Resolute Desk.

"Ooh!", exclamou Trump ao retirar um envelope branco com o número "47", escrito à mão por Biden. "Poderiam ter passado anos até que eu a encontrasse", confessou.

Bem-vindo ao lar
Apesar do gesto tradicional de Biden, Trump não deixou de alfinetar seu rival político à medida que a conversa avançava.

"Biden já deu coletivas de imprensa como esta?", perguntou o bilionário, sabendo que o democrata era frequentemente protegido pela equipe da Casa Branca e só aceitava raras perguntas da imprensa.

Para Biden, de 82 anos, assim como para sua equipe, o dia foi um lembrete claro da transição do poder.

Antes mesmo que deixasse a Casa Branca, as fotos nas paredes da ala oeste do edifício foram removidas e caminhões de mudança estavam trabalhando no local.

Contas nas redes sociais, sites e até mesmo endereços de e-mail mudaram junto com a nova administração.

O retorno de Trump foi, antes de tudo, um gosto amargo para o veterano democrata, que o chamou de "ameaça" à democracia e foi forçado a desistir da campanha eleitoral de 2024 após um debate humilhante contra o republicano, que abriu questionamentos sobre sua idade avançada e suas perspectivas.

Biden passou suas últimas horas no cargo falando sobre Trump e decretando indultos preventivos para aliados e membros da família que ele temia que pudessem ser atacados pelo novo governante ou submetidos a processos judiciais.

Mas quando Trump e sua esposa Melania chegaram para a tradicional visita à Casa Branca antes da posse, Biden recebeu-lhes junto com sua esposa Jill e fez o possível para esconder seus verdadeiros sentimentos.

"Bem-vindo ao lar", disse o democrata a ele.

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