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INVESTIGAÇÃO

Sequestro forjado de duas mulheres na RMR seria para pagar dívida de droga, diz a polícia

Ainda de acordo com a corporação, uma delas possuía passagem pela polícia por tráfico

O gestor adjunto do GOE, Jorge PintoO gestor adjunto do GOE, Jorge Pinto - Foto: Clarice Melo/Folha de Pernambuco

A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) deu mais detalhes, por meio de coletiva de imprensa nesta terça-feira (20), a respeito da prisão de duas mulheres, de 24 e 26 anos, por forjarem o próprio sequestro para tentar ganhar R$ 50 mil de familiares de uma delas na Região Metropolitana do Recife (RMR). De acordo com a corporação, as duas são amigas, e uma delas possui envolvimento com tráfico de drogas. A suspeita atual da motivação do crime seria utilizar o dinheiro para pagar dívidas de droga.

 "Quando fizemos a abordagem, uma delas estava bem alterada, talvez até afetada por entorpecentes. Ambas estavam claramente sob efeito de drogas, então a suspeita que temos no momento é que elas queriam usar o dinheiro para pagar dívidas adquiridas com drogas", afirmou o gestor adjunto do Grupo de Operações Especiais (GOE), Jorge Pinto.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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As investigações da polícia identificaram que as supostas vítimas, na verdade, teriam construído uma história para tentar mostrar que estavam sequestradas. Elas enviaram mensagens a familiares de uma dela com cortes no corpo para convencer a transferência de R$ 50 mil. 

A corporação recebeu a primeira denúncia na sexta-feira (15), por parte da mãe de uma das suspeitas. Segundo a polícia, ela é professora aposentada e de classe média, e "sempre tentava dar o melhor possível para a filha", adotada quando ainda tinha 10 anos.

"A mãe também recebia fotos da filha com ferimentos, mas percebemos que esses ferimentos se tratavam de automutilação. Posteriormente, soubemos que elas estavam se mutilando com estiletes, com lesões relevantes. Como se tratava de um sábado, as instituições financeiras estavam fechadas, mas, como ela sabia que a mãe faria de tudo por ela, talvez ela acreditasse que a mãe fosse transferir algum valor ", destacou Jorge Pinto.

Segundo a corporação, a versão apresentada pela filha indicava que os sequestradores estariam esperando a mãe na porta do cativeiro para receber o dinheiro, em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife. Ainda assim, na noite anterior à prisão, não se sabe onde elas estavam.

A Polícia também revelou que a família da suspeita afirmou que a filha era uma pessoa "complicada", que sempre se envolvia em confusões. No momento da abordagem, as duas mulheres chegaram, ainda, a tentar culpar dois motoristas de Kombi, afirmando que eles seriam os seus sequestradores. Eles foram contratados pelas próprias suspeitas para levá-las de Paulista ao Recife, para a residência da mãe.

"Quando as abordamos, elas disseram que haviam sido sequestradas pelos motoristas da Kombi. Uma delas, que já tinha alguns ferimentos das mutilações anteriores, começou a se mutilar novamente ainda dentro da Kombi. Foi muita frieza, porque eram cortes profundos. Chegamos, inclusive, a oferecer tratamento médico para ela, mas isso foi negado várias vezes", explicou o delegado.

Uma das mulheres foi liberada após confessar o crime para a polícia e aguarda julgamento em liberdade, sob monitoramento eletrônico. Já a filha da professora, que possuía ficha criminal no Paraná e não confessou o delito - ainda afirma ter sido sequestrada -, segue presa. Elas respondem por extorsão majorada.

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