SES-PE promove mutirão de triagem para cirurgias de quadril em crianças com microcefalia
O mutirão foi realizado em parceria com o Serviço de Referência em Doenças Raras do Hospital Maria Lucinda (Rarus) e cerca de 100 pacientes serão beneficiados ao longo dos próximos 24 meses.
A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) realizou na segunda-feira (16) um mutirão de consultas para triagem e marcação de cirurgias para o tratamento de displasia de quadril em crianças com sequelas da síndrome congênita associada à infecção pelo vírus Zika (SCZ), entre outras.
O mutirão foi realizado em parceria com o Serviço de Referência em Doenças Raras do Hospital Maria Lucinda (Rarus).
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“Fazer parte desta parceria com a SES é muito importante para nós, do Hospital Maria Lucinda/Fundação Manoel da Silva Almeida, que, há 95 anos, temos o compromisso de oferecer um serviço de qualidade com humanização a todos os nossos pacientes”, afirma o médico Luiz Alberto Araújo, Superintendente da Instituição.
Convênio
Por meio do convênio firmado, cerca de 100 pacientes serão beneficiados ao longo dos próximos 24 meses. Neste primeiro mutirão, 32 crianças foram atendidas.
“Hoje vamos ampliar nossa capacidade cirúrgica, acelerando o ritmo dos procedimentos, sempre com o objetivo de proporcionar uma melhor qualidade de vida para essas crianças e seus familiares. O trabalho não vai parar até conseguirmos atender todas as crianças” garantiu a secretária estadual de saúde, Zilda Cavalcanti.
Acompanhamento
O ortopedista Epitácio Rolim, um dos responsáveis pelo mutirão, acompanha de perto esses pacientes desde 2015. O médico explica que, devido à má formação do quadril, os pacientes acabam desgastando a cabeça do fêmur, o que gera dores intensas.
O cirurgião destaca que a dor intensa pode levar o corpo a adotar uma posição defensiva, resultando em contraturas graves.
“Essas contraturas geram mais dor, que pode ser um gatilho para convulsões. As crianças, nesses casos, vivem acamadas, impossibilitadas de sentar-se, dormir bem e realizar as terapias necessárias. Com a intervenção cirúrgica, elas terão uma melhora significativa na qualidade de vida, com a possibilidade de uma vida normal, oportunidades de estudar e ter momentos de lazer”, acrescenta o ortopedista.
Para as 32 mães que acompanharam seus filhos no mutirão, o momento foi de alívio. A técnica de enfermagem Karliana Ferreira, de 32 anos, que levou a filha de 8 anos para o atendimento, tenta explicar esse sentimento:
“É uma mistura de ansiedade e medo, mas, ao mesmo tempo, a gente se sente acolhida e com a expectativa de uma vida melhor para eles. Será qualidade de vida para minha filha e conforto saber que agora vou poder realizar procedimentos simples como uma troca de fraldas sem ela sentir dor”, explica a mãe.