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guerra no oriente médio

Sessenta pessoas são detidas após invasão de aeroporto atrás de israelenses e judeus na Rússia

Distúrbios levaram a Autoridade de Aviação Civil da Rússia a fechar o terminal temporariamente, até 6 de novembro

Manifestantes na área de pátio do aeroporto localizado em Makhachkala na RússiaManifestantes na área de pátio do aeroporto localizado em Makhachkala na Rússia - Foto: Telegram /@askrasul/AFP

Sessenta pessoas foram detidas num aeroporto em Makhachkala, capital da república russa do Daguestão, de maioria muçulmana, depois de invadirem para procurar passageiros israelenses num voo proveniente de Israel, informou a polícia russa nesta segunda-feira (30).

A multidão invadiu o aeroporto no domingo (29), em meio às tensões causadas no mundo pelos mortíferos bombardeios israelenses contra a Faixa de Gaza, em retaliação ao ataque sangrento do Hamas no sul de Israel, em 7 de outubro.

Durante a evacuação do aeroporto, nove policiais ficaram feridos, dos quais dois foram hospitalizados, informou um comunicado do Ministério do Interior russo.

“Mais de 150 participantes activos nos tumultos foram identificados e 60 foram detidos”, acrescentou o comunicado do serviço de imprensa do ministério.

“Atualmente, o aeroporto está sob o controle das autoridades”, acrescentou.

Dezenas de manifestantes invadiram, neste domingo, o aeroporto de Makhachkala, capital da república russa do Daguestão, de maioria muçulmana, após o anúncio de que um avião procedente de Tel Aviv, em Israel, estava chegando. Os distúrbios — que ocorreram em meio à intensificação da ofensiva israelense na Faixa de Gaza, em sua guerra contra o grupo terrorista Hamas — logo foram interrompidos pelas forças de segurança locais, mas levaram a Autoridade de Aviação Civil da Rússia a anunciar o fechamento temporário do aeroporto, até 6 de novembro.

Segundo os veículos de comunicação Izvetsia e RT, a multidão ocupou o teto do terminal e invadiu a pista do aeroporto nesta cidade do Cáucaso. Vídeos no Telegram mostram dezenas de pessoas forçando a entrada do aeroporto e tentando controlar os veículos que deixavam o local. Outros mostraram as pessoas tentando arrombar portas enquanto funcionários tentavam dissuadi-los.

"Após a invasão de indivíduos não identificados na área de tráfego, decidiu-se fechar temporariamente o aeroporto para pousos e decolagens", informou a entidade, acrescentando que forças de segurança foram enviadas para o local.

As autoridades do Daguestão pediram aos manifestantes para porem fim às suas "ações ilegais" e, à noite (tarde no Brasil), informaram que as forças de segurança tinham retomado o "controle" da situação. O Ministério da Saúde também informou pelo Telegram que há ao menos 10 feridos entre os manifestantes e que já estão sendo atendidos pelas equipes médicas, sem fornecer mais detalhes.

"Todos os habitantes do Daguestão têm empatia com o sofrimento das vítimas pelas ações de pessoas e políticos injustos e rezam pela paz na Palestina. Mas o que aconteceu no nosso aeroporto é ultrajante e deveria receber a avaliação apropriada das autoridades policiais", disse Sergei Melikov, governador da república, no Telegram. "Isso será feito."

O governo israelense expressou preocupação e informou que está trabalhando para garantir a segurança dos cidadãos israelenses e judeus na área. Uma declaração no domingo à noite do Gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse: "Israel espera que as autoridades russas protejam todos os cidadãos israelenses e todos os judeus, e atuem decisivamente contra os desordeiros e contra o incitamento à violência contra judeus e israelenses".

A Rússia, por sua vez, abriu uma investigação criminal e prometeu deter os manifestantes, segundo o jornal israelense Hareetz.

No domingo anterior, Akhmed Dudayev, ministro da Informação na Chechênia, vizinha do Daguestão, alertou no Telegram contra "provocações" e pediu calma diante das crescentes tensões no Cáucaso. As duas são duas repúblicas voláteis no Cáucaso russo, ambas com populações majoritariamente muçulmanas — no Daguestão, 90% dos cerca de 3 milhões de habitantes são muçulmanos.

A comunidade judaica local é composta por cerca de 400 famílias, que já discutem a possibilidade de deixar o local, informou o Hareetz.

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