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Sete países das Américas pedem à ONU que investigue violações dos direitos humanos na Venezuela

O comunicado apresentando pelo Equador, em nome dos outros seis países, criticou "a falta de independência" do Conselho Nacional Eleitoral e do Tribunal Supremo de Justiça venezuelanos

Presidente venezuelano Nicolás MaduroPresidente venezuelano Nicolás Maduro - Foto: Francisco Batista / Presidência venezuelana / AFP

Argentina, Canadá, Chile, Equador, Guatemala, Paraguai e Uruguai pediram, nesta sexta-feira (20), no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, que sejam investigadas “graves violações” na Venezuela, que podem representar crimes contra a humanidade.

Os sete países lançaram um “apelo urgente” para que o “governo da Venezuela pare com a repressão intensificada após as últimas eleições e sejam investigadas graves violações dos direitos humanos, as quais podem constituir crimes contra a humanidade”, indicou a chancelaria equatoriana em um comunicado.

Além disso, solicitaram “a verificação imparcial dos resultados eleitorais” e a “libertação imediata das pessoas detidas de forma arbitrária”.

Sem divulgar a apuração detalhada, como manda a lei, as autoridades eleitorais venezuelanas atribuíram a vitória a Nicolás Maduro. No entanto, a oposição garante que Edmundo González Urrutia, agora exilado na Espanha, foi o vencedor.

O comunicado apresentando pelo Equador em nome dos outros seis países criticou “a falta de independência” do Conselho Nacional Eleitoral e do Tribunal Supremo de Justiça venezuelanos por considerar que suas ações “agravaram a situação dos direitos humanos nesse país”.

Após a proclamação de Maduro como vencedor da eleição presidencial de 28 de julho, estouraram protestos que deixaram 27 mortos, 192 feridos e cerca de 2.400 pessoas detidas, segundo fontes oficiais.

Um relatório da Missão Independente de Determinação dos Fatos sobre a Venezuela, criada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU em setembro de 2019, examinou a situação do país entre 1º de setembro de 2023 e 31 de agosto de 2024, com centenas de entrevistas e documentos, e relatou violações de direitos humanos - incluindo crimes contra a humanidade - que considera parte de um "plano coordenado" para "silenciar" a oposição.

"Não são atos isolados ou aleatórios", enfatiza o texto, que destaca que a "brutalidade da repressão" gerou um "clima de medo generalizado".

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