SAÚDE

Setembro Verde: Apaf destaca a importância da doação de órgãos e tecidos

Apesar do aumento no número de doadores, a recusa da família em doar os órgãos do paciente apto também aumentou

Atualmente, 2.911 pacientes aguardam por um órgão ou tecido em PernambucoAtualmente, 2.911 pacientes aguardam por um órgão ou tecido em Pernambuco - Foto: Divulgação/Apaf

Nesta quarta-feira (27), é celebrado o Dia Nacional da Doação de Órgãos. A data faz parte da campanha “Setembro Verde”, que tem o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância da doação e, ao mesmo tempo, fazer com que as pessoas conversem com seus familiares e amigos sobre o assunto. No Recife, a Associação Pernambucana de Apoio aos Doentes de Fígado (Apaf), que funciona dentro do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), assiste pacientes de vários estados do Brasil com doenças hepáticas, transplantados e suas famílias.

Assistido pela Apaf, Raimundo da Silva é natural de Arapiraca, interior de Alagoas. Diagnosticado com cirrose hepática, o caminhoneiro aposentado ganhou uma nova chance de vida, após transplante de fígado, realizado na Unidade de Transplante de Fígado do Huoc, em 2010. “Em Alagoas, eu fiquei em coma e os médicos chegaram a comunicar aos meus familiares que eu não iria viver por muito tempo. Eu serei eternamente grato a quem doou o órgão e me deu a chance de estar aqui hoje ao lado da minha esposa e dos meus filhos”, conta.

Atualmente, 2.911 pacientes aguardam por um órgão ou tecido em Pernambuco. Desse total, 49 esperam por um fígado. À frente do Programa de Transplante de Fígado, o presidente da Apaf e médico hepatologista, Cláudio Lacerda, chama atenção para a queda no número de procedimentos em decorrência da pandemia da Covid-19. “Antes da pandemia, a gente estava realizando aproximadamente 130 transplantes de fígado por ano. Durante a crise sanitária, tivemos uma redução substancial, no ano passado nós fizemos em torno de 50 cirurgias”, lamenta.

No entanto, a previsão é otimista para os próximos anos. Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (Abto) o país chegou a 19 doadores por milhão de habitantes pela primeira vez, e a tendência é que os números de transplante de 2023 superem ou igualem os registrados em 2019, melhor ano da série histórica.

“Temos a intenção de fechar este ano com 100 transplantes realizados. Em 2024, esperamos voltar aos patamares de antes da pandemia e daí seguindo um crescimento sustentável, com 150 a 160 transplantes, a partir dos próximos anos”, revela Cláudio. 

Apesar do aumento no número de doadores, a recusa da família em doar os órgãos do paciente apto também aumentou, chegando a 49%, quando a série histórica era de 42%. “As pessoas que permitem que os órgãos dos entes queridos, com morte cerebral, sejam doados, tornam-se mais felizes, pela sensação de ter contribuído na recuperação de vidas. É um gesto que engrandece o ser humano”, ressalta o hepatologista.

Para ser doador de órgãos e tecidos, não é necessário deixar nada escrito, por isso é fundamental expor esse desejo aos familiares para que seja devidamente respeitado. Em condição de morte encefálica, pessoas de todas as idades e históricos médicos podem ser consideradas potenciais doadoras.

 

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