Seul acusa Coreia do Norte de destruir local de reunião de famílias separadas pela fronteira
Última reunião entre coreanos do Norte e do Sul ocorreu em 2018
A Coreia do Norte está demolindo o local que servia para acolher reuniões de famílias separadas há décadas pela guerra e pela divisão da península, no início da Guerra Fria, afirmou nesta quinta-feira o governo sul-coreano.
Após a Segunda Guerra Mundial e a ocupação japonesa, a península coreana ficou dividida entre o Norte comunista, sob influência soviética, e o Sul capitalista, aliado dos Estados Unidos. Ambos travaram uma guerra desde a década de 1950.
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Esse conflito resultou na separação de centenas de milhares de famílias, uma situação que persiste até hoje. Somente na Coreia do Sul, mais de 133.600 pessoas se registraram como "famílias separadas" desde 1988. Destas, cerca de 36 mil ainda estão vivas, segundo dados oficiais.
Alguns poucos sortudos conseguiram participar de reuniões transfronteiriças, geralmente realizadas em um complexo preparado para esse fim no Monte Kumgang, na Coreia do Norte.
No entanto, esse local está sendo destruído pelas autoridades de Pyongyang, denunciou um porta-voz do Ministério da Unificação da Coreia do Sul, que exigiu "a interrupção imediata dessas ações".
"A demolição do Centro de Reuniões do Monte Kumgang é um ato desumano, que ignora os sinceros desejos das famílias separadas", declarou o ministério, em comunicado.
As relações entre as duas Coreias atravessam um dos seus piores momentos em décadas, devido ao avanço do programa nuclear de Pyongyang e ao fortalecimento da aliança entre Seul e Washington.
Os encontros entre familiares separados pela fronteira sempre dependeram do cenário político intercoreano e frequentemente foram usados como ferramenta política por Pyongyang. A última reunião desse tipo ocorreu em 2018.