Rio de Janeiro

Show do Alok: turistas e cariocas enfrentam fila na delegacia para reaver pertences furtados em Copa

A Polícia Militar prendeu cerca de 500 no evento de sábado, entre elas adolescentes. Até o momento, sete aparelhos foram recuperados

Alok faz pronunciamento sobre show pelos 100 anos do Copacabana Palace Alok faz pronunciamento sobre show pelos 100 anos do Copacabana Palace  - Foto: Reprodução/Instagram

Desde às 7h, a movimentação é intensa na 12ª DP (Copacabana), na Zona Sul do Rio. Cerca de 24 horas após o show do DJ Alok, na praia de Copacabana, uma multidão se reuniu na delegacia tentando reaver seus pertences, furtados durante o evento. Na noite de sábado, cerca de 500 pessoas foram detidas pela Polícia Militar, entre elas adolescentes. Foram 18 prisões e 16 apreensões feitas pelas delegacias de Copacabana, Ipanema e Leblon. Segundo os investidores, mais da metade dos conduzidos eram reincidentes. Além disso, 150 materiais perfurocortantes foram apreendidos pelos agentes. Nesta segunda-feira, cerca de 30 pessoas aguardavam na delegacia para realizar um registro de ocorrência sobre os bens furtados.

Até o momento, a polícia conseguiu recuperar sete celulares. A orientação para quem for registrar um furto de aparelho é que leve à delegacia o número de IMEI do celular. Assim, que é possível identificar o aparelho.

Zelo não impediu o furto
A atendente Aline Veras, de 21 anos, e o marido Carlos Eduardo, 24, chegaram cedo para acompanhar o 'Show do Século'. O casal, que estava animado para curtir seu primeiro evento em Copacabana, se preparou para não passar perrengue. Por medo de um possível assalto, eles colocaram a carteira, os três celulares e o dinheiro em uma pequena pochete, que ficava guardada na roupa. Todo o zelo, no entanto, não impediu a ação de criminosos.

Segundo Aline, dois adolescentes abordaram ela e o marido quando se deslocavam para perto do palco. Na ocasião, eles conseguiram desviar da abordagem. Porém, por volta de 21h, Carlos Eduardo teve o celular furtado.

— Em um momento do show, meu marido colocou a bolsa para fora da jaqueta. Nesse momento, alguém abriu o zíper e furtou o celular dele. Ficamos muito tristes com a situação. A gente não quer mais sair para eventos grandes aqui no Rio, porque fica aquela sensação de impunidade e insegurança. A polícia fez o trabalho dela, mas a pior parte é saber que maioria das pessoas que furtaram vão para as ruas fazer de novo — lamentou a jovem.

Aline e Carlos Eduardo tiveram um prejuízo de R$ 2,5 mil com a perda do aparelho. Agora, o casal espera conseguir recuperar o bem levado.

Lucas Campos Araújo, de 22 anos, foi outra vítima de criminosos que atuaram durante o show. Ele, que também teve o celular furtado, saiu de Campo Grande, na Zona Oeste, na tarde desta segunda-feira, para fazer um registro de ocorrência na 12ª DP (Copacabana) e tentar recuperar seu aparelho.

— Me sinto culpado. Chamei meus amigos para ir ao show. Se tivesse ficado em casa não teria acontecido isso. Meu celular estava velhinho, mas mesmo assim não queria perdê-lo — desabafou o jovem.

'Na contagem regressiva, começou um arrastão'

Os amigos Kedson da Silva, de 26 anos, e Alessandro de Souza Santos, de 35, viajaram quase 3 mil quilômetros para chegar à capital fluminense. Eles, que vieram do Amapá e almejavam uma viagem tranquila na cidade maravilhosa, também tiveram problemas com furtos durante o show do DJ.

Apesar de os três primeiros dias pelo município terem sido maravilhosos, o cenário mudou ao chegarem no evento. Logo início da noite de sábado, ainda na contagem regressiva para o evento, um deles foi agredido e furtado. Segundo eles, um “trem humano” se formou próximo deles, e Kedson foi abordado por um rapaz, que lhe deu um soco no rosto e levou seus pertences — carteira, celular e dinheiro.

— Era gente correndo para todo lado. Venho do Amapá, no Norte, estava sozinho. O cara puxou minha camisa e falou “tu é ladão” e me deu um soco. Chegou a rasgar minha camisa, e, depois, pegou minha carteira de identidade e R$ 300. Infelizmente, aconteceu esse episódio que vai ficar marcado — contou Kedson.

Agora, os amigos só podem voltar para cidade natal quando conseguirem reaver os bens furtados. Enquanto isso, resta a espera:

— A gente ia tentar voltar essa semana. Viemos para o show. A gente tem que resolver essa questão burocrática. Na hora que começou o show, foi arrastão para todo lado, logo no início da contagem regressiva se formou um “trem humano”, (e saíram) abordando as pessoas. Levaram bolsas, celulares e deram murros nas pessoas. Foi considerado o evento do século, e não à toa que ele ficou marcado. Era um sonho tão grande conhecer o Rio, a gente vê só as coisas maravilhosas. Mas, chegando aqui, a gente encontra outra realidade.

Veja também

Panamá registra aumento de imigrantes asiáticos na selva do Darién
Imigração

Panamá registra aumento de imigrantes asiáticos na selva do Darién

Chefe do Hezbollah reconhece "duro golpe" e promete "punição justa" contra Israel
Guerra

Chefe do Hezbollah reconhece "duro golpe" e promete "punição justa" contra Israel

Newsletter