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TECNOLOGIA

Signal: Entenda como funciona app usado pelo governo Trump para discutir planos de guerra

No Brasil, militares usaram grupo secreto no aplicativo para arquitetar plano de golpa após a derrota nas urnas do ex-presidente Jair Bolsonaro

Aplicativo Signal foi usado por militares para planejamento de trama golpista Aplicativo Signal foi usado por militares para planejamento de trama golpista  - Foto: Divulgação

Conhecido por suas ferramentas de privacidade, o aplicativo Signal foi usado por integrantes do governo Trump para discutir planos de guerra contra rebeldes Houthis, no Iêmen, segundo revelou nesta segunda-feira (24) o editor-chefe da revista americana "The Atlantic", Jeffrey Goldberg. O Signal é um aplicativo de mensagens focado em privacidade e segurança, oferecendo criptografia de ponta a ponta para textos, chamadas de voz e vídeo, imagens e arquivos.

O jornalista foi incluído sem querer em um grupo em que figuras de alto escalão do governo trocavam mensagens ultrassecretas. O episódio foi descrito como "uma falha extraordinária" de segurança pelo jornal americano The New York Times.

 

Alternativa ao WhatsApp e Telegram, o Signal foi criado em 2014 como um dos primeiros aplicativos de mensagens instantâneas a oferecer "criptografia de ponta a ponta" e a chance de textos e imagens trocadas "se autodestruírem" com o tempo. O app utiliza o Signal Protocol, um dos mais seguros do mundo, garantindo que nem mesmo a empresa possa acessar o conteúdo das conversas.

O app também oferece recursos como bloqueio de prints e a garantia de que a plataforma não armazena nenhum tipo de informação dos usuários, o que impossibilita a identificação deles.

O aplicativo é código aberto, o que garante transparência e auditoria independente de sua segurança. Ele também não exibe anúncios e é mantido por uma fundação sem fins lucrativos, financiado por doações, sem qualquer vínculo com grandes empresas de tecnologia.

App também foi usado para planejar trama golpista e morte de Lula

No Brasil, foi descoberto o uso do Signal por quatro militares presos pelo planejamento de uma trama golpista, após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022. Segundo a Polícia Federal, os investigados criaram no app um grupo secreto denominado "Copa 2022", usado para arquitetação do plano. Entre os objetivos deles, estavam a prisão e execução do ministro Alexandre de Moraes, além da morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

De acordo com a PF, os integrantes da trama golpista teriam habilitado as suas linhas telefônicas para o uso do aplicativo em 3 de dezembro de 2022, "em horários próximos e praticamente de forma sequencial". Ainda segundo os investigadores, as linhas estavam no CPF de pessoas que não tinham nada a ver com o plano para garantir o anonimato. Essa estratégia também teria sido reforçada pelo uso de codinomes por integrantes do grupo, que respondiam por nomes de países, como Alemanha, Áustria, Japão e Gana.

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