Sindicato dos Metroviários volta a se reunir nesta quinta (26) para decidir sobre paralisação
Categoria é contra a privatização do Metrô do Recife
O Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) volta a se reunir nesta quinta-feira (26), às 18h, em frente à Estação Central do Recife, no bairro de São José, para definir se permanece o estado de greve e se haverá paralisação dos serviços.
Essa é a terceira assembleia marcada pela categoria desde o anúncio, no início do mês, de uma possível estatização e posterior privatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU-Recife), entidade vinculada ao Governo Federal.
De acordo com o presidente do Sindmetro-PE, Luiz Soares, apesar das recentes negociações com representantes do Governo do Estado, os pleitos da categoria continuam. Os metroviários são contrários à privatização, pedem mais investimentos ao sistema do metrô e defendem uma tarifa social de R$ 2 para a população - atualmente, a tarifa custa R$ 4,25.
“O aumento no preço da tarifa não permitiu mais que os trabalhadores frequentassem o metrô. A gente vê que há uns quatro anos, a gente transportava 380 mil usuários por dia, hoje estamos transportamos 170 a 200 mil, ou seja, isso devido a um intervalo de tempo que aumentou, devido à falta de manutenção, ou à falta de verba para manutenção, e ao investimento que desde 2013 que não vem”, disse.
Para o presidente do sindicato, as reivindicações dos metroviários deixaram de ser apenas da categoria e passaram também a ser pleiteadas pela população e por movimentos sociais.
“A gente está convocando a categoria, a população, para participar desse movimento que teve uma expansão pela questão de trazer investimento ao metrô, ampliar a verba para manutenção do sistema e implantar um a tarifa de R$ 2. Então, essa é uma luta que não é mais só da categoria, toma uma amplitude. Ela é dos movimentos sociais, ela é do usuário, ela é da população que usa o metrô”, afirmou.
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O Sindmetro também pede um encontro com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, e atribui a essa reunião o caráter decisivo quanto a realização, ou não, de uma paralisação.
“A gente está tentando fazer uma conversa com o governador, existe essa possibilidade e estamos aguardando. Caso a conversa com o governador avance, a gente pode retroagir a questão da paralisação, mas o estado de greve eu acho que vai continuar”, frisou. A data e duração de uma possível paralisação será decidida durante a assembleia.
Em nota, a CBTU Recife afirmou que, no caso da deflagração de uma possível greve a partir da 00h do dia 27, já estão sendo tomadas as providências jurídicas necessárias para garantir o cumprimento de 30% do efetivo na operação do sistema nos horários de pico, das 5:00h às 8:30h e das 16h às 20h.
A CBTU informou, ainda, que a pauta apresentada pelo Sindicato através do ofício nº 019/SMPE/2022 não é de competência da unidade administrativa, mas de esferas superiores à Superintendência. “Os assuntos ligados a uma possível estadualização ou privatização são assuntos discutidos na esfera Federal”, diz o texto.
A CBTU também afirmou que mantém esforços para garantir que os usuários sejam o menos impactados possível pelo movimento da categoria, buscando uma solução no impasse e retomando 100% de sua operação.
A reportagem da Folha de Pernambuco também entrou em contato com o Governo do Estado mas não recebeu retorno até a última atualização desta matéria.