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Sindicatos e empregadores começam a renegociar impopular reforma da Previdência de Macron

Macron chocou a França ao impor, por decreto, em março de 2023, sua reforma, que aumenta a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos

O primeiro-ministro francês, François BayrouO primeiro-ministro francês, François Bayrou - Foto: Bertrand Guay / AFP

Sindicatos e empregadores começaram a renegociar, nesta sexta-feira (17), a impopular reforma da Previdência adotada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, em 2023, depois que seu primeiro-ministro, François Bayrou, concordou em reabrir o debate para evitar sua queda no Parlamento.

A primeira reunião serviu “para constatar a extensão das divergências”, disse a líder sindical da CGT, Sophie Binet, que explicou que todas as centrais sindicais pediram a revogação da reforma.

Macron chocou a França ao impor, por decreto, em março de 2023, sua reforma, que aumenta a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos, temendo perder a votação na Assembleia Nacional (câmara baixa), após a oposição dos sindicatos e protestos maciços nas ruas.

Quase dois anos depois, a agitação continua e, nas eleições legislativas antecipadas de 2024, a coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP) fez campanha com a promessa de revogar a reforma. Embora tenham vencido as eleições, Macron não os colocou no comando do governo.

Com a França atolada em uma profunda crise política, que já levou à queda do primeiro-ministro conservador Michel Barnier em dezembro, seu sucessor, o centrista Bayrou, tentou negociar com os socialistas as condições que o impediriam de ser censurado.

Embora os socialistas, que contestavam dentro do NFP, pedissem a suspensão temporária da reforma, Bayrou, um aliado histórico de Macron, concordou em simplesmente reabrir o debate e modificá-lo, se os sindicatos e os empregadores chegassem a um acordo.

“Os empregadores reiteraram seu compromisso com a reforma” e algumas organizações "chegaram a pedir um sistema de capitalização que confiasse nosso sistema de repartição" aos mercados, disse Binet.

Bayrou estabeleceu a meta de um acordo até “o final de maio”. Sua única linha vermelha é que um “equilíbrio financeiro” para o sistema previdenciário deve ser respeitado, já que a França busca reduzir seu alto déficit e dívida.

O eventual acordo seria submetido à Assembleia Nacional, que foi dividida em três blocos - esquerda, centro-direita e extrema direita - sem maiorias claras desde as eleições de 2024.

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