Logo Folha de Pernambuco

Conflito

Sindicatos pedem ao governo francês que deixe de lado a reforma da Previdência para dialogar

Presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu "continuar estendendo a mão"

Ministro do Interior e do Exterior da França, Gerald Darmanin, fala durante coletiva de imprensa sobre as medidas de segurança na véspera da grande rodada de greves e protestos contra a reforma previdenciária do governo francês, em Paris.Ministro do Interior e do Exterior da França, Gerald Darmanin, fala durante coletiva de imprensa sobre as medidas de segurança na véspera da grande rodada de greves e protestos contra a reforma previdenciária do governo francês, em Paris. - Foto: Ludovic Marin/AFP

O líder do principal sindicato francês afirmou, nesta segunda-feira (27), que só aceitará o convite ao diálogo da primeira-ministra, Élisabeth Borne, se o governo deixar de lado a sua impopular reforma da Previdência, em pleno conflito social.

"Se a mão estendida é para rediscutir o trabalho e a Previdência e deixar a reforma de lado por enquanto (...) Se essas duas questões estiverem na mesa, vamos discutir", disse Laurent Berger, do sindicato reformista CFDT, ao canal France 2.

Em entrevista à AFP, Borne disse no domingo que estava "à disposição" dos sindicatos para "acalmar as coisas", dois dias antes de um novo dia de greve nacional e protestos a pedido das organizações sindicais.

As autoridades esperam "650.000 a 900.000" manifestantes na terça-feira, de acordo com uma fonte policial. O Ministério do Interior estimou que 1,089 milhão de pessoas protestaram na última quinta-feira (3,5 milhões, para o sindicato CGT).

Durante uma reunião de crise nesta segunda-feira com Borne, membros do governo e líderes do partido no poder, o presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu "continuar estendendo a mão", de acordo com um dos participantes.

A França está submersa desde janeiro em um forte conflito social que se agravou em 16 de março, quando o presidente liberal decidiu adotar por decreto o adiamento da idade de aposentadoria de 62 para 64 anos até 2030.

Desde a sua aprovação final, quatro dias depois, o governo tenta avançar em outras questões e fechar o capítulo sobre esta reforma, mas os protestos se intensificam.

Sinal do mal-estar que impera no país, o museu do Louvre, o mais visitado do mundo, não pôde abrir suas portas nesta segunda-feira. Seus trabalhadores e funcionários de outros locais culturais bloquearam sua abertura.

Embora o governo busque formas de acalmar a situação e traçar um roteiro para seus próximos projetos, se mostra inflexível diante da rejeição popular. "A lei da Previdência ficou para trás", reiterou seu porta-voz, Olivier Véran.

Essa reforma, fundamental para o segundo mandato de Macron até 2027, enfrenta recursos apresentados pela oposição perante o Conselho Constitucional, que agora deve se pronunciar sobre sua validade antes que o presidente francês possa promulgá-la.

Os protestos levaram ao cancelamento da visita do rei britânico Charles III prevista para esta semana. Em vez disso, Macron realizou uma reunião de crise com Borne, vários ministros e aliados de seu governo nesta segunda-feira, disse a Presidência.

As ações de protesto continuam: escolas e universidades bloqueadas, greve em armazéns e refinarias que causa falta de combustível em 15% dos postos de gasolina e as mais de 7.000 toneladas de lixo acumuladas nas ruas de Paris, entre outras.

Na terça-feira, cerca de 30% dos professores de ensino fundamental entrarão em greve novamente, de acordo com o sindicato SNUipp-FSU. O transporte público de Paris e o serviço de trem devem registrar novos cancelamentos.

Veja também

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos
Ucrânia

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível
Gaza

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível

Newsletter