Sistema de saúde do Haiti está perto do colapso, alerta Unicef
Os hospitais do Haiti carecem de suprimentos médicos necessários
O sistema de saúde do Haiti corre o risco de entrar em colapso, com apenas seis de cada 10 hospitais em operação, advertiu o Unicef nesta quarta-feira (22).
O alerta do Fundo das Nações Unidas para a Infância surge no momento em que o tão aguardado envio de uma missão internacional liderada pelo Quênia para estabilizar o país do Caribe, afundado na violência provocada pelas gangues, finalmente parece se aproximar.
"O sistema de saúde do Haiti está à beira do colapso", disse o representante do Unicef no país caribenho, Bruno Maes, em comunicado, observando que milhões de crianças estão agora vulneráveis às doenças e à desnutrição.
"A combinação de violência, deslocamento em massa, epidemias perigosas e desnutrição crescente envergou o sistema de saúde do Haiti, mas o estrangulamento das cadeias de abastecimento pode ser que o quebre".
Os hospitais do Haiti carecem de suprimentos médicos necessários, enquanto os voos de carga nacionais e internacionais foram recém-retomados com a reabertura do aeroporto da capital, Porto Príncipe, após um fechamento de dois meses e meio.
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"Contêineres cheios de suprimentos vitais foram apreendidos ou saqueados, assim como muitos armazéns e farmácias", informou o Unicef, acrescentando que centenas de contêineres com ajuda humanitária estão presos na cidade e impossibilitados de serem descarregados.
"Não podemos permitir que suprimentos vitais que poderiam salvar vidas de crianças permaneçam trancados em armazéns e contêineres. Devem ser entregues agora", disse Maes.
Dezenas de milhares de pessoas fugiram da violência das gangues em Porto Príncipe, muitas delas com destino ao sul do Haiti, o que pressionou os serviços de saúde nessas áreas.
O caos também fez com que 40% de todo o pessoal médico deixasse o país caribenho, segundo a agência da ONU.
Cerca de 4,4 milhões de haitianos necessitam de assistência alimentar e 1,6 milhão enfrenta "níveis emergenciais de insegurança alimentar aguda", afirmou.