Situação no norte de Gaza é descrita cada vez mais como "limpeza étnica", diz Borrell
As tropas israelenses realizam desde 6 de outubro uma ofensiva aérea e terrestre no norte da Faixa de Gaza
As palavras "limpeza étnica" cada vez mais são usadas para se referir à situação no norte da Faixa de Gaza, cenário de uma ofensiva israelense, apontou nesta segunda-feira (11) o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
"As palavras 'limpeza étnica' são utilizadas cada vez mais para descrever o que acontece no norte de Gaza", declarou na rede X.
"Condeno firmemente os últimos bombardeios israelenses em Jabaliya, na Faixa de Gaza. A realidade cotidiana dos deslocamentos forçados viola o direito internacional", acrescentou.
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As tropas israelenses realizam desde 6 de outubro uma ofensiva aérea e terrestre no norte da Faixa de Gaza, com o objetivo - afirmam - de impedir que o Hamas se reagrupe.
A Defesa Civil palestina reportou neste domingo "pelo menos" 25 mortos, dos quais pelo menos 13 eram menores, em um bombardeio contra uma casa de Jabalyia, no norte do território palestino.
Outro bombardeio israelense atingiu uma casa da Cidade de Gaza, também no norte, e deixou cinco mortos, segundo a mesma fonte.
Desde que começou a guerra, Israel assedia os 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza, a maior parte deles teve que abandonar suas casas e passa fome, segundo a ONU.
“O uso da fome como arma de guerra também é contra a lei humanitária internacional”, disse Borrell, que deixará o cargo em dezembro. No norte de Gaza, há uma “forte probabilidade de fome”, alertou ele.
A guerra em Gaza estourou após o ataque do Hamas no sul de Israel de 7 de outubro de 2023, no qual milicianos do movimento islamista mataram 1.206 pessoas, em sua maioria civis, e capturaram 251; segundo uma contagem da AFP com base em dados oficiais, que inclui os reféns mortos em seu cativeiro.
Das 251 pessoas sequestradas, 97 permanecem em Gaza, embora o Exército israelense tenha declarado 34 como mortas.
A ofensiva israelense em Gaza já deixou pelo menos 43.603 mortos, em sua maioria civis, segundo números do Ministério da Saúde do governo do Hamas em Gaza, que a ONU considera confiáveis.