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GUERRA NO ORIENTE MÉDIO

Sob críticas, Netanyahu promete desmilitarizar a Faixa de Gaza

Premier reiterou que país terá 'controle total' sobre a segurança, mas nega plano de ocupação

Palestinos verificam a destruição após um ataque israelense no campo de refugiados de Jabaliya, na Faixa de GazaPalestinos verificam a destruição após um ataque israelense no campo de refugiados de Jabaliya, na Faixa de Gaza - Foto: Bashar Taleb/AFP

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou, nesta sexta-feira (10), que o país vai passar a controlar a segurança na Faixa de Gaza, e prometeu a desmilitarização completa do território palestino após o fim da guerra contra o Hamas. Os comentários jogam ainda mais dúvidas sobre os planos futuros do premier, em meio a declarações dele e de aliados dizendo que não haverá uma ocupação formal de Gaza, o que os Estados Unidos já disseram ser contra.

Em uma reunião com lideranças de comunidades próximas à Faixa de Gaza, Netanyahu disse que a desmilitarização é necessária para garantir que o Hamas ou qualquer grupo posterior não consiga surgir dos escombros do território e ameaçar novamente os israelenses.

Ele repetiu algo que vem dizendo em discursos e entrevistas nos últimos dias: que Israel será responsável pela segurança de Gaza pro um período indeterminado, o que muitos analistas e diplomatas consideram ser uma forma indireta de ocupação.

— Nós queremos um futuro melhor, e isso exige a derrota do Hamas. Não montei um cronograma porque pode levar mais tempo [do que o estimado]. Espero que leve pouco tempo — disse Netanyahu à Fox News, em entrevista gravada na quinta-feira, horas antes da reunião.

Na quarta-feira, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, havia alertado que uma ocupação de Gaza não é um cenário aceitável.

— Não deve haver reocupação de Gaza depois do fim do conflito. Não deve haver tentativas para bloquear ou cercar Gaza. Não haverá uma redução no território de Gaza — disse, na quarta-feira, em entrevista coletiva em Tóquio.

Além das dúvidas sobre os planos do governo de Netanyahu, o premier é alvo de críticas pela demora em se encontrar com aqueles diretamente atingidos pelo conflito. Depois dos ataques de 7 de outubro, ele levou mais de uma semana para se encontrar com famílias dos mais de 240 reféns do Hamas, e alguns chamaram a atenção para o fato de que ele teria escolhido apenas pessoas que o apoiam politicamente, o que seus assessores negam

Antes da reunião desta sexta com os representantes de comunidades próximas a Gaza, o premier era criticado por não ouvir as pessoas dessas regiões, que incluem algumas das áreas mais atingidas pelos foguetes do Hamas. Um fator a mais nessa revolta foi o fato de Netanyahu ter se encontrado primeiro com representantes de assentamentos na Cisjordânia, onde não existe a presença do Hamas, mas que enfrenta uma onda de violência envolvendo palestinos, colonos israelenses e o Exército.

O gabinete do primeiro-ministro se defendeu, dizendo que vem falando com lideranças de todo o país, inclusive das áreas próximas a Gaza, desde o início da guerra, e que a visita à Cisjordânia ocorreu de forma antecipada "por causa da escalada da situação de segurança" na região.

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