Sobe para 27 número de mortos por inundações na Turquia
Sul do país também enfrentou incêndios nos últimos dias; lideranças políticas pedem medidas para reduzir mudanças climáticas
O número de mortos nas enchentes no norte da Turquia subiu para 27 nesta sexta-feira (13) - informaram as autoridades locais.
Uma pessoa continua desaparecida, segundo as mesmas fontes.
A imprensa turca noticiou nesta sexta que o presidente Recep Tayyip Erdogan visitará, nesta sexta, uma das regiões mais afetadas para mostrar sua solidariedade para com as vítimas e avaliar os danos.
Essas inundações ocorreram após violentos incêndios no final de julho e início de agosto no sul do país, que deixaram oito mortos.
Leia também
• Talibã se aproxima de Cabul e EUA e Reino Unido preparam retirada de cidadãos
• Incêndios na Grécia estão 'controlados', diz porta-voz dos bombeiros
• Grécia enfrenta situação crítica pelos incêndios, ainda ativos na Turquia
Várias lideranças políticas e associações pediram ao governo turco que tome medidas radicais para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa, já que atribuem estes desastres à mudança climática.
A Turquia não ratificou o Acordo de Paris sobre o Clima de 2015, que estabeleceu metas a serem atingidas para se conter o aquecimento global.
Como consequência das fortes chuvas, o nível da água subiu até quatro metros em algumas localidades, e as ruas das cidades se viram tomadas de escombros, lama e carros revirados.
Adem Senol, de 75 anos, conta como a água cercou sua casa na província de Bartin em apenas poucos minutos.
"Nunca vi uma coisas dessas na minha vida", disse este aposentado à agência de notícias pública Anadolu.
"A água subiu mais alto do que as nossas janelas, levou a porta e derrubou até o muro do jardim", acrescentou Senol.
Por causa das inundações, os serviços de emergência tiveram que evacuar 45 pacientes de um hospital da região costeira de Sinop.
Os moradores se viram obrigados a buscar abrigo no telhado das casas, e vários foram retirados de helicóptero, como mostram imagens veiculadas pelas emissoras de televisão e nas redes sociais.
Várias pontes rodoviárias desabaram, após deslizamentos de terra.
Abalados, alguns sobreviventes começaram a manifestar sua indignação com as autoridades locais, acusando-as de não terem reagido na velocidade necessária para socorrer os moradores.
"Eles nos disseram apenas para salvar nossos veículos, porque o rio corria o risco de transbordar. Não nos disseram para salvar nossas vidas, nem a dos nossos filhos", criticou Arzu Yücel, cujas duas filhas gêmeas estão desaparecidas desde o desabamento do prédio onde moravam.
"Se tivessem nos alertado, teríamos saído em menos de cinco minutos (...) Não nos pediram para deixar o local", lamenta a moradora, citada pela agência de notícias DHA.