MANIFESTAÇÕES

Sobe para 27 o número de mortos na crise pós-eleitoral na Venezuela

Nos dias anteriores, o procurador havia responsabilizado a oposição por estas mortes

Manifestantes de oposição na Venezuela participam de ato contra os resultados oficiais apresentados pelo Conselho Nacional Eleitoral, em CaracasManifestantes de oposição na Venezuela participam de ato contra os resultados oficiais apresentados pelo Conselho Nacional Eleitoral, em Caracas - Foto: Federico PARRA / AFP

O procurador-geral Tarek William Saab anunciou, nesta quinta-feira (22), que foram registradas duas novas mortes relacionadas com fatos violentos na Venezuela, elevando o total de óbitos a 27 desde as disputadas eleições em que o presidente Nicolás Maduro foi declarado vencedor, em meio a denúncias de fraude por parte da oposição.

Trata-se de "dois motorizados", cujas mortes estão sob investigação do Ministério Público, disse Saab à televisão estatal, sem dar mais detalhes.

Nos dias anteriores, o procurador havia responsabilizado a oposição por estas mortes, a maioria ocorrida nos protestos desencadeados contra a reeleição de Maduro em 28 de julho, que também deixaram quase 200 feridos e mais de 2.400 detidos, chamados de "terroristas" pelo governo.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela proclamou Maduro como vencedor do pleito, com 52% dos votos contra 43% para seu principal rival, Edmundo González Urrutia, sem apresentar os detalhes do escrutínio, alegando que o sistema de votação foi hackeado.

A oposição, porém, denunciou fraude e afirmou ter provas que comprovam sua vitória.

Os questionamentos levaram Maduro ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), pró-governo, para resolver as denúncias. O tribunal superior respondeu nesta quinta-feira validando sua reeleição para um terceiro mandato de seis anos, até 2031.

Maduro denuncia González Urrutia e a líder da oposição María Corina Machado como arquitetos de uma tentativa de golpe de Estado e solicitou a prisão de ambos, apesar de não existir um mandado de prisão.

O Ministério Público está pronto para "avançar, aprofundar estas investigações", declarou Saab nesta quinta-feira.

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