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RIO DE JANEIRO

Socialite Regina Gonçalves nega que motorista era seu marido

Segundo irmão, cunhada e dois sobrinhos, que estão no apartamento com ela, Regina chegou a se manifestar contra retorno ao convívio com marido

Socialite Regina Lemos Gonçalves Socialite Regina Lemos Gonçalves  - Foto: Reprodução

De volta ao apartamento no Edifício Chopin, em Copacabana, nesta sexta-feira (26), a socialite Regina Gonçalves, de 88 anos, deu entrevista à imprensa pela primeira vez depois do conflito familiar se tornar público neste mês.

Ela negou que José Marcos Chaves Ribeiro, seu motorista, fosse seu marido, e declarou estar triste com a decisão judicial que o tornou seu tutor legal, nesta quinta-feira. Ela também negou as agressões, mas afirmou que Marcos a teria empurrado e deixado "coisas" caírem sobre sua cabeça. A idosa denuncia que ele teria pego dinheiro de sua poupança e joias preciosas de seus cofres.

— Um dia ele gritou comigo, foi horrível. Ele me deixou "a zero". Trinta e tantos anos de poupança, eu fazia questão de ter uma. Ele levou joias e pedras preciosas que o meu marido havia trazido para mim da Europa, Alexandrita. Ele pegou dentro do meu cofre. Bater ele não se atrevia. Sou de uma família de tradição de Minas que não admite. Ele nunca ousaria me bater. Empurrou, deixou cair coisas na minha cabeça. Daqui por diante, com a graça de Deus, Divino Espírito Santo de Imaculada Conceição, eu vou ter uma vida tranquila nos meus fins de dias. Fiquei muito triste com a decisão da Justiça. Mas Deus sabe o que faz — disse Regina.

O retorno ao apartamento foi feito na companhia da cunhada e do sobrinho Carlos Queiroz (filho de Painna, irmã de Regina), que estava com a curatela provisória da socialite até esta quinta-feira, antes de sair a decisão da desembargadora. Ao saber que ela voltou ao apartamento com os parentes, a defesa do motorista e marido de Regina, José Marcos Chaves Ribeiro, disse que irá se reunir nesta sexta-feira para tratar das questões.

Entenda o caso
Na quinta-feira, a Justiça concedeu duas decisões antagônicas sobre a tutela da socialite Regina Gonçalves. A desembargadora Valéria Dacheux, da 6ª Câmara de Direito Privado, manteve a tutela provisória de Regina com o marido, José Marcos Chaves Ribeiro, revogando a medida protetiva de que ele ficasse a 250 metros de distância da esposa.

Já em primeiro grau, a juíza substituta Claudia Leonor Jourdan Gomes Bobsin, da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, determinou a volta da socialite ao edifício Chopin com o curador, no caso, seu sobrinho. Prevaleceu a decisão de segunda instância: Regina teria que retornar com o companheiro.

A queda de braço entre a família de Regina e seu companheiro existe desde 2016, mas só este ano foi que a batalha judicial entre as duas partes se acirrou. No dia 2 de janeiro, Ribeiro alegou que Regina teve um surto e foi à casa do irmão, em Copacabana, de onde não mais retornou.

Uma ação foi movida pela família da socialite contra o marido por violência psicológica e doméstica sofrida por ela, além da ameaça. O caso só veio à tona na semana passada, quando vizinhos de Regina, moradores do luxuoso Chopin, onde a socialite tem dois apartamentos, fizeram um movimento pelas redes sociais, no qual denunciavam o sumiço dela.

Decisão favorável ao companheiro
A decisão da desembargadora Valéria Dacheux foi concedida às 10h40. Apesar de o sistema ser eletrônico, até a noite de quinta-feira, a informação não constava nas movimentações da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, exibidas no site do Tribunal de Justiça. O próximo passo, agora, será a magistrada de primeiro grau modificar a sua decisão por conta do resultado do recurso favorável a Ribeiro. A juíza de primeiro grau reiterou que, "diante da repercussão" do caso, o processo continue em sigilo.

Na decisão de segundo grau, a desembargadora determinou ainda que Regina deverá ter acompanhamento de uma cuidadora, escolhida com a aprovação dos familiares, para garantir a transparência quanto à saúde e bem-estar da idosa. Caberá ao juízo de primeira instância fixar a visitação dos familiares, mesmo que de forma assistida, para evitar alegações de que a socialite está em cárcere privado. O que originou o processo foi justamente a denúncia feita pela família de que Regina sofria violência doméstica, acusando Ribeiro de mantê-la trancada no apartamento do Chopin.

A magistrada destaca ainda, num dos trechos, que a decisão não é imutável caso surjam novos fatos capazes de mudar a tutela. Mas no cenário atual, segundo a ordem judicial, os cuidados de Regina ficarão a cargo do marido.

O empresário João Chamarelli, que disse estar autorizado pela família de Regina a dar entrevistas sobre o caso, afirmou que a socialite fora vítima de um golpe de Ribeiro. Segundo ele, Ribeiro era motorista da socialite e a mantinha em suposto cárcere privado, mas ela teria conseguido escapar, após um descuido dele. Chamarelli disse que o caso foi registrado na polícia e, como o inquérito corre em segredo de justiça, ele não poderia falar mais do que lhe fora autorizado. Ao ser consultado sobre a decisão da Justiça desta quinta-feira, ele alegou a validade da ordem judicial de primeira instância em favor da família de Regina.

Já o advogado de Ribeiro, Bruno Saccani, argumentou que, como o processo está em sigilo, não poderá comentar sobre a decisão dada pelo Tribunal de Justiça, mas ressaltou que a determinação em segundo grau, obviamente, prevalece sobre a primeira.

A idosa é carinhosamente chamada de dona Regina no Chopin, onde mora antes mesmo de ficar viúva de Nestor Gonçalves, em 4 de março de 1994. O casal não teve filhos, portanto, Regina herdou dois apartamentos no Chopin, mansões em São Conrado, uma fazenda em Angra dos Reis e outros bens. E é esse patrimônio que indiretamente está na disputa quando o assunto é quem vai ficar cuidando dela.

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