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Faixa de Gaza

Soldados de Israel ateiam fogo em caminhão de mantimentos na Faixa de Gaza, diz TV

Forças de Defesa de Israel não negaram envolvimento de militares nas ações, que circulam nas redes. No entanto, teriam repudiado a conduta

Soldados israelenses em tanque no sul de Israel, perto da fronteira com a Faixa de GazaSoldados israelenses em tanque no sul de Israel, perto da fronteira com a Faixa de Gaza - Foto: Gil Cohen-Magen/AFP

Dois soldados israelenses aparecem em frente a um caminhão de mantimentos e ateiam fogo na pilha de comida e água. Segundo eles, estariam em Shejaiya, no norte da Faixa de Gaza, e “queimariam até que não houvesse vestígio do lugar”. A cena registrada em vídeo circula nas redes sociais desde a última semana, e foi confirmada pela rede CNN.

Além deste vídeo, a TV diz que outras gravações — muitas produzidas pelos próprios soldados — mostram momentos em que militares israelenses queimam alimentos, saqueiam casas e destroem propriedades. À CNN, as Forças de Defesa de Israel não negaram a veracidade das imagens, tampouco o envolvimento de seus militares nas ações. No entanto, teriam repudiado a conduta.

“As forças de Israel tomaram medidas e continuarão a agir para identificar a má conduta e comportamento que não se alinham com a moral e os valores esperados dos soldados”, afirmou a IDF em comunicado citado pela emissora.

Israel bombardeou a Faixa de Gaza nesta quinta-feira (14) enquanto aguardava a visita de um alto funcionário da Casa Branca em Jerusalém e cresce a sua disputa com os Estados Unidos, que apelou à moderação na sua guerra contra o Hamas.

A guerra, agora no seu terceiro mês, começou após os ataques de 7 de outubro do grupo islâmico palestino Hamas contra Israel, que as autoridades disseram ter deixado 1.200 mortos, a maioria civis.

Na madrugada desta quinta-feira, um ataque israelita no sul da Faixa de Gaza, na zona de Rafah, fez pelo menos 27 mortos, segundo a estação de televisão Al Jazeera.

Na Cisjordânia, que também registrou um aumento na violência desde 7 de Outubro, a Autoridade Palestiniana disse que duas pessoas foram mortas em ataques israelenses à cidade de Jenin.s e hospitais em ruínas. Segundo o ministério, os bombardeios israelenses na manhã de quinta-feira mataram pelo menos 19 pessoas na Faixa de Gaza.

Na Cisjordânia, que também registrou um aumento na violência desde 7 de Outubro, a Autoridade Palestiniana disse que duas pessoas foram mortas em ataques israelenses à cidade de Jenin. O presidente dos EUA, Joe Biden, cuja administração concedeu bilhões de dólares em ajuda militar a Israel, emitiu nesta quarta-feira a sua mais dura repreensão até agora, dizendo que o “bombardeio indiscriminado” de Israel em Gaza enfraquece o seu apoio internacional.

Mas o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, respondeu que “continuaremos até ao fim (…) Nada nos impedirá. Iremos até ao fim, até à vitória”. E o ministro dos Negócios Estrangeiros, Eli Cohen, sustentou que a guerra contra o Hamas continuará “com ou sem apoio internacional”.

O Conselheiro de Segurança Nacional de Biden, Jake Sullivan, deve chegar a Jerusalém para conversas com Netanyahu e seu gabinete de guerra. Sullivan disse num evento do Wall Street Journal antes da viagem que iria discutir um calendário para acabar com a guerra e instaria as autoridades israelenses a "passarem para uma fase diferente das operações de alta intensidade que vemos hoje".

Netanyahu também admitiu “desentendimentos” com Washington sobre como Gaza será administrada após o conflito. O chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, declarou nesta quarta-feira que “qualquer discussão sobre Gaza ou a causa palestina sem a presença do Hamas ou das facções de resistência será um blefe”.

Ele afirmou que o Hamas está pronto para conversações que conduzam a um “caminho político que garanta o direito do povo palestino a um estado independente com Jerusalém como capital”.

Soldados mortos
O exército israelense, entretanto, enfrenta uma pressão crescente para reduzir o número de mortes nas suas fileiras e libertar reféns detidos pelo Hamas. Perdeu 115 soldados, 10 deles na terça-feira, o dia mais mortal desde o início da operação terrestre, em 27 de outubro.

Nos ataques de 7 de Outubro, o Hamas fez cerca de 240 reféns, muitos dos quais foram libertados durante uma trégua de uma semana em novembro, e outros foram encontrados mortos. A embaixada israelense na Romênia anunciou na quarta-feira a morte do refém romeno-israelense Tal Haimi, 4

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