CIÊNCIA

Sonda espacial chinesa decola da Lua com amostras do solo do lado oculto

A nave com o material recolhido continuará em órbita lunar por algumas semanas antes de iniciar o retorno à Terra, por volta de 25 de junho

Imagem ilustra a sonda Chang'e-6 orbitando a Lua Imagem ilustra a sonda Chang'e-6 orbitando a Lua  - Foto: Reprodução

A sonda chinesa Chang'e-6 descolou com sucesso da Lua transportando amostras recolhidas do outro lado do satélite da Terra (a parte que nunca é avistada), algo sem precedentes na exploração espacial, informou nesta terça-feira a imprensa estatal daquele país.

O marco representa um novo passo no ambicioso programa espacial da China, que já foi o primeiro país a colocar uma sonda naquela parte da Lua e planeja enviar uma missão tripulada ao satélite em 2030.

"O módulo de ascensão da sonda chinesa Chang'e-6 decolou da superfície lunar na manhã de terça-feira, transportando amostras coletadas no outro lado da Lua", disse a agência de notícias estatal Xinhua, citando a Administração Nacional da Agência Espacial Chinesa (CNSA).

“A missão passou no teste de altas temperaturas no outro lado da Lua”, afirmou a agência espacial chinesa. (vídeo abaixo ilustra as etapas da missão)

A sonda Chang'e-6 pousou no domingo na imensa bacia de Aitken, uma das maiores crateras de impacto conhecidas no sistema solar, localizada no outro lado do satélite, segundo a CNSA.

A nave, que iniciou uma complexa missão de 53 dias no dia 3 de maio, conta com um braço robótico para coletar material da superfície e uma furadeira para coletar amostras de seu interior.

 

Depois que esse material foi coletado, “uma bandeira nacional chinesa transportada pelo módulo de pouso lunar foi exibida pela primeira vez no outro lado da Lua”, disse a Xinhua.

A CSNA não especificou como a missão continuará, mas, segundo portais especializados, as amostras continuarão em órbita lunar por algumas semanas antes de iniciarem seu retorno à Terra, por volta de 25 de junho.

'Sonho Espacial'
Os cientistas consideram que esta parte da Lua, nunca visível da Terra, tem um grande potencial para investigação, porque as suas crateras não são tão cobertas por fluxos de lava antigos como as do lado mais próximo do nosso planeta.

O material recolhido pela sonda chinesa também pode fornecer pistas sobre como a Lua se formou.

Desde que assumiu o poder, o presidente chinês Xi Jinping tem promovido o “sonho espacial” do gigante asiático.

O país alocou enormes recursos na última década para preencher a lacuna com as duas potências tradicionais neste setor, os Estados Unidos e a Rússia.

Ao longo do caminho alcançou sucessos notáveis, como a construção da estação espacial Tiangong, a aterrissagem de robôs de exploração espacial em Marte e na Lua ou o envio de missões tripuladas em órbita.

Em disputa para não perder o protagonismo em projetos espaciais, os Estados Unidos alegam que o programa aeroespacial da China esconde objetivos militares e procura estabelecer o domínio do país asiático no espaço.

A última missão Chang'e-6 faz parte do renovado interesse pela Lua, para onde a China quer enviar astronautas em 2030 e planeja construir uma base espacial.

Os Estados Unidos também querem levar missão tripulada novamente à Lua em 2026, com a Artemis 3.

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