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G20

Startups dos países-membros do G20 sugerem autorregulação e aliança para atrair investimentos

Grupo irá entregar diretrizes durante encontro dos líderes do G20, que acontece em setembro; uma das metas da aliança é chegar a US$ 1 trilhão de investimentos anuais para startups do grupo até 2030

Reunião do Startup20, em Nova Delhi, na Índia Reunião do Startup20, em Nova Delhi, na Índia  - Foto: Divulgação/Startups20

Criar um padrão global de governança para startups e amplificar para US$ 1 trilhão, até 2030, o investimento anual voltado para essas empresas. Essas são duas das propostas que serão entregues aos líderes que compõem o G20 durante reunião de cúpula que acontece em setembro, na Índia.

O plano de diretrizes para estimular o desenvolvimento econômico do setor de inovação foi formulado na última semana pelo Startups20. O novo braço do G20, criado este ano durante a presidência indiana do grupo, reúne representantes do ecossistema de startups de 19 países e do bloco europeu.

Essa é a primeira vez que eles irão pautar sugestões ao clube das maiores economias do mundo. Além de conectar os ecossistemas de inovação dos países que compõem o G20, o que inclui startups, hubs de tecnologia, empresas e universidades, o núcleo tem o objetivo de tornar, esse, um eixo de crescimento econômico para os países do fórum.

Cinco propostas de ação foram acordadas, entre elas o de criação de bases globais comuns para o setor, que forneçam diretrizes para uma autorregulação das startups. O documento final do núcleo cita também a necessidade de formação de uma estrutura internacional para estabelecer padrões de contabilidade e governança, que facilitem a realização de investimentos nessas empresas.

Em outra frente, o grupo elenca também necessidade de adoção de boas práticas, como de inclusão, com políticas que ampliem a presença de empreendedores sub-representados entre as 850 mil startups que estão em países membros do G20.

Notas rotas de negócios
Dentro da "cúpula paralela", a delegação brasileira tem a liderança da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), que compôs a representação do país com empresas do setor. Ingrid Barth, presidente da Associação, diz que o grupo pode ajudar a fortalecer negócios em eixos de inovação que normalmente não estão no radar do empreendedores brasileiros.

"Esse é um setor estratégico que cresce de maneira exponencial. E a gente precisa diversificar o olhar, começar olhar para outros países como potenciais parceiros" avalia Ingrid, que cita a aliança das startups como um potencial atrativo de mais investimentos para os negócios no país.

Segundo ela, as discussões no âmbito do G20 podem ajudar o setor também "a falar a mesma língua". Ela lembra que, enquanto o Brasil tem um marco legal para as startups, diversos países ainda carecem de definições regulatórias para essas empresas.

"O objetivo é colocar a inovação e as startups na rota dos negócios. Isso se traduz, de largada em geração de emprego e riqueza" acrescenta a presidente do Abstartups.

Liderança brasileira
O núcleo de startups é parte dos onze grupos de engajamento que compõem o G20. As "cúpulas paralelas" são compostas por participantes não governamentais, com o objetivo de fornecer recomendações aos líderes do G20 e contribuir para formulação de políticas comuns.

Segundo o Itamaraty, o grupo de engajamento continuará a ser gerido pela sociedade civil e empresas durante o próximo ano, quando o Brasil assume a presidência do G20. Em junho deste ano, o governo instituiu uma Comissão Nacional para coordenar as ações durante a presidência do fórum, que terá início no dia 1º de dezembro.

Para empreendedores brasileiros, o grupo é visto também como uma oportunidade de fortalecer parcerias internacionais e aumentar a visibilidade para atração de investimento, explica Nathalia Rodrigues, diretora executiva da Nomad.

"A gente não está mais jogando sozinho, mas também com mais um grupo de países, alguns com problemas comuns aos nossos" diz Nathalia, uma das participantes brasileiras no grupo.

Um dos representantes do Brasil no Startups20, Fabrício de Paula, fundador do Amazônia Lab, uma aceleradora de startups da região amazônica, lembra que, sob a presidência do Brasil, o país terá a oportunidades de trazer para pauta temas locais, como bioeconomia.

"O Brasil pode ser um grande fornecedor de inovação para o mundo. Nós temos uma diversidade entre startups que não é comum a várias nações. Fortalecer nossa agenda no G20 é importante para reforçarmos nossas agendas" avalia.

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