EUA

Steve Bannon, o escudeiro de Trump cuja lealdade pode levá-lo à prisão

Bannon foi sentenciado a seis meses de prisão por se negar a depor diante do comitê da Câmara dos Representantes dos EUA

Stephen Bannon capitaneava o Conselho de Segurança NacionalStephen Bannon capitaneava o Conselho de Segurança Nacional - Foto: Mandel Ngan/AFP

Steve Bannon, o 'outsider' anti-establishment que ajudou Donald Trump a chegar à Casa Branca, soube, nesta sexta-feira (21), que sua lealdade de longa data ao ex-presidente poderia levá-lo à prisão.

Bannon foi sentenciado a seis meses de prisão por se negar a depor diante do comitê da Câmara dos Representantes dos EUA que investiga a invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, cometida por seguidores de Trump.

Sobrevivente astuto
Bannon, um sobrevivente astuto de batalhas políticas e judiciais, permanecerá em liberdade enquanto seu recurso tramita na Justiça.

Após servir na Marinha americana e fazer nome no Goldman Sachs durante o boom financeiro da década de 1980, Bannon fundou, e depois vendeu, seu próprio banco de investimento, para se tornar produtor de Hollywood.

Contudo, seu salto para a fama veio como o líder visível do site Breitbart, um veículo de notícias alinhado ideologicamente com a extrema direita, e depois quando se aproximou do fenômeno Trump, até se tornar assessor do bilionário na presidência.

Nessa trajetória, Trump recompensou Bannon ao nomeá-lo chefe de sua campanha em 2016 e, depois, como responsável pela estratégia política da Casa Branca, quando já ocupava o Salão Oval.

Nesse último cargo, Bannon ajudou a impulsionar algumas das primeiras políticas controversas da administração Trump, incluindo a repressão à migração e a proibição de entrada nos Estados Unidos de cidadãos de países muçulmanos.

Contudo, aos sete meses, deixou de fazer parte do governo. Seu estilo político incendiário foi bloqueado por outros assessores e, inclusive, acabou azedando sua relação com Trump até certo ponto.

Mas Bannon ressurgiu, sob as asas do bilionário chinês Guo Wengui, fugitivo de seu país natal, e levou seu estilo político raivoso ao podcast "Bannon's War Room" (A sala de guerra de Bannon).

Em agosto de 2020, foi preso em Nova York acusado de desviar, para seu próprio benefício, milhões de dólares que foram doados para a construção de um muro fronteiriço privado na divisa com o México.

Bannon se declarou inocente, mas, antes que fosse levado a julgamento, Trump lhe concedeu um indulto geral para esse e qualquer outro caso. No entanto, o processo por fraude foi retomado em setembro, pois a anistia de Trump não se aplicava a casos na Justiça estadual, nem para o processo sobre a invasão ao Capitólio.

Até agora, não se sabe se o Departamento de Justiça prepara acusações contra ele na investigação dos fatos de 6 de janeiro. No entanto, o comitê da Câmara dos Representantes, que tem poder para processá-lo, deixou claro nas audiências que acredita que Bannon desempenhou algum papel no ataque ao Capitólio.

A investigação do comitê mostrou que Bannon sabia de antemão do plano dos partidários de Trump para atacar o Capitólio, que teria ajudado a difundir teorias conspiratórias sobre as eleições "roubadas" e incitado seus ouvintes a se dirigirem a Washington naquele 6 de janeiro.

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