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RIO DE JANEIRO

STM julga recurso de militares do Exército contra condenação por morte de músico e catador de lixo

257 tiros foram disparados por eles contra um carro na Zona Norte do Rio, em 2019

Evaldo dos Santos Rosa, músico morto durante ação dos militaresEvaldo dos Santos Rosa, músico morto durante ação dos militares - Foto: Facebook/ Reprodução

O Superior Tribunal Militar (STM) deu início, nesta quinta-feira (29), ao julgamento de um recurso interposto por oito militares do Exército contra a condenação pelos homicídios do músico Evaldo Santos e do catador de lixo Luciano Macedo, ocorridos em abril de 2019, em Guadalupe, na Zona Norte do Rio. De acordo com as investigações, 257 disparos foram efetuados contra o carro de uma das vítimas.

O plenário da Corte é composto por 15 ministros, sendo dez oficiais-generais do último posto das Forças Armadas e cinco ministros civis, numa composição mista chamada de escabinato. Dos militares, quatro são generais do Exército, três almirantes de esquadra e três tenentes brigadeiros do ar.

No plenário, ainda estão os advogados das vítimas, André Perecmanis, e dos militares, Rodrigo Rocca.

Na ocasião das mortes,, Santos estava em um carro com outras quatro pessoas, incluindo a mulher e o filho de 7 anos, a caminho de um chá de bebê, quando foi atacado pelos militares, que teriam confundido o carro dele com o de bandidos. Segundo a perícia, 62 tiros perfuraram o veículo, tendo oito atingido o músico, que morreu na hora.

Macedo, que passava pelo local, também foi baleado ao tentar ajudar as vítimas. Ele chegou a ser socorrido a um hospital da região, mas não resistiu.

Em outubro de 2021, decisão da 1ª Auditoria da 1ª Circunscrição Judiciária Militar condenou o tenente Ítalo da Silva Nunes, que chefiava a ação, a 31 anos e seis meses de reclusão, e os outros sete militares a 28 anos. Outros quatro que estavam no local foram absolvidos, já que não teriam atirado contra as vítimas. Os 12 foram absolvidos do crime de omissão de socorro.

Durante o julgamento, o Ministério Público Militar chegou a criticar a versão dos agentes de que teriam agido em legítima defesa, alegando que houve confronto e que estavam em uma região conflagrada. 

Apesar de a sentença ter determinado a expulsão dos militares do Exército, os réus respondem em liberdade e puderam permanecer em seus cargos até o julgamento desse recurso. 

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