Submarino desaparecido: por que alguns sentem claustrofobia e ansiedade ao ler sobre o caso?
Assistir à cena de um filme ou simplesmente ouvir uma notícia basta para que pessoas claustrofóbicas se imagem naquela situação
Quem está acompanhando a repercussão do desaparecimento do submarino Titan já deve ter percebido que muitas pessoas têm comentado nas redes sociais que não aguentariam ficar tanto tempo em um espaço tão pequeno. Mas para outras o temor é ainda mais radical: ler uma notícia ou ver um vídeo do interior do submarino já é motivo para uma crise de ansiedade.
A psicóloga Hosana Maria Siqueira explica que o motivo por trás disso é a claustrofobia, o medo de estar em lugares pequenos ou fechados. Essa fobia que pode ser desenvolvida em qualquer fase da vida e não tem uma causa específica, mas pessoas ansiosas ou que passaram por uma situação traumática em espaços apertados podem ser mais propensas.
Uma pessoa claustrofóbica não necessariamente precisa estar em um lugar apertado para se sentir nervosa. Basta ela se imaginar nesse tipo de situação para começar a se sentir mal — e ler uma notícia, assistir a uma cena de um filme ou, segundo Siqueira, em alguns casos mais graves, simplesmente ouvir uma história, podem causar isso. Os sintomas incluem falta de ar, hiperventilação, tontura, desmaios, taquicardia, sudorese.
— Assistir a um filme ou ler uma notícia dispara mecanismos emocionais na pessoa que mexem com essa ansiedade dela, que é a ansiedade de ficar fechada, enclausurada — explica — E a ansiedade não é apenas emocional, mas também mexe com a fisiologia da pessoa.
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Pessoas com claustrofobia costumam evitar locais que provoquem gatilhos — como elevadores, metrôs, cavernas ou mesmo exames de ressonância magnética — para não provocar situações que sirvam de gatilhos para o mal-estar. Essa estratégia evitativa é justamente um dos sinais que indicam o diagnóstico, que deve ser feito por um profissional.
O que fazer durante uma crise de claustrofobia?
Durante uma crise, Siqueira recomenda realizar exercícios de respiração para desviar a atenção do motivo da fobia. Mas para tratar e entender melhor o que pode estar por trás desse medo, buscar a terapia é fundamental, de acordo com ela.
Uma das estratégias mais populares para tratar fobias é a terapia cognitivo-comportamental, que tem como objetivo transformar reações automáticas em decisões conscientes. As técnicas variam e incluem manter um diário de emoções e experimentar a simulação de situações.