Submarino desaparecido: relembre vezes em que resgates encontraram sobreviventes
No último domingo, submersível perdeu contato com a equipe da OceanGate cerca de 1 hora e 45 minutos após iniciar descida de 3,8 quilômetros ao fundo do mar
Equipes de resgate seguem a busca pelo submarino que desapareceu no Oceano Atlântico após partir para uma visitação feita às ruínas do Titanic. No último domingo, o submersível perdeu contato com a equipe da OceanGate, empresa responsável pela expedição, cerca de 1 hora e 45 minutos depois de iniciar a descida de 3,8 quilômetros ao fundo do mar.
Em uma corrida contra o relógio, a operação enfrenta desafios logísticos que vão além dos menos de dois dias de oxigênio disponível para os cinco passageiros a bordo da embarcação, como a capacidade dos equipamentos de resgate, a visibilidade no fundo do oceano e a área total de busca. Há registros, porém, de casos em que submarinos foram resgatados após ficarem perdidos no fundo do mar.
1917: HMS K13
Um dos casos mais antigos registrados de resgates desse tipo ocorreu em 1917, durante a primeira Guerra Mundial. Enquanto estava em uma missão de treinamento em Gareloch, na Escócia, com 80 pessoas a bordo, o Royal Navy HMS K13 não acabou puxada para debaixo d'água após quatro ventiladores do motor não terem sido devidamente fechados, o que inundou o submarino.
O incidente ocorreu durante a madrugada, mas pessoas que estavam na superfície perceberam os problemas na missão e iniciaram o resgate, que só seria realizado no dia seguinte. Com o atraso, porém, apenas 48 tripulantes conseguiram sobreviver, enquanto outros 32 morreram.
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1939: USS Squalus
Outro incidente em treinamento ocorreu com o USS Squalus, que estava na costa do estado americano do New Hampshire transportando 56 militares da Marinha e três civis. Na ocasião, uma válvula de ar na sala de máquinas falhou, inundando o compartimento, o que causou a morte de 26 imediatamente após o submarino afundar 73,1 metros de profundidade, segundo o Museu Nacional da Medalha de Honra.
Após perceberem o ocorrido, 32 tripulantes e um civil que estavam nos compartimentos dianteiros enviaram um marcador de localização e usaram o código Morse para se comunicar com os socorristas. Além do risco por estarem em um submarino inundado, os sobreviventes também corriam por conta do gás cloro que começou a vazar no interior do aparelho.
Segundo a News Channel 8, uma câmara de resgate recém-desenvolvida foi usada para trazer os sobreviventes à superfície em quatro viagens. Os mergulhadores da Marinha que participaram do resgate receberam uma Medalha de Honra pela ação.
1973: Pisces III
Dois homens a bordo do submarino comercial Pisces III, que instalava cabos telefônicos transatlânticos, estava sendo rebocado quando se soltou e acabou afundando a uma profundidade de 480 metros. Segundo a BBC, os dois homens conseguiram contato com as equipes de resgate enquanto tentavam conservar as 66 horas de oxigênio que ainda tinham, evitando falar ou se mover para economizar ar.
Durante dois dias, várias tentativas de levantar o submarino falharam. Em uma das investidas, no entanto, a embarcação foi levada à superfície, embora tenha demorado mais 30 minutos para que a escotilha fosse removida. Quando os dois tripulantes deixaram o submarino, eles tinham apenas 12 minutos de oxigênio.
2005: AS-28
O modelo russo AS-28 apresentou problemas após ficar preso em uma rede de pesca durante um exercício militar. Na ocasião, a embarcação tinha cinco dias de oxigênio a bordo, mas um porta-voz da Marinha Russa afirmou, mais tarde, que havia apenas 24 horas.
Segundo a News Channel 8, os esforços iniciais para resgatar o submarino falharam, e a Rússia pediu ajuda internacional, algo que eles não conseguiram fazer no naufrágio do submarino nuclear Kursk em 2000, que resultou na morte de todos os 118 a bordo. As equipes de resgate britânicas e americanas conseguiram libertar a embarcação e a trouxeram à superfície com quatro a seis horas de ar restantes para os sete tripulantes a bordo.