Sudão do Sul sofrerá em 2022 'sua pior crise alimentar'
Desde sua independência do Sudão em 2011, o país mais jovem do mundo está atolado em uma crise econômica e política crônica
Mais de 70% da população enfrentará níveis extremos de fome este ano no Sudão do Sul, um país atormentado por conflitos, calamidades climáticas e inflação, que experimentará "sua pior crise alimentar", alertou nesta sexta-feira (11) o Programa Alimentar Global (PAM).
"À medida que a atenção global se volta para a Ucrânia, há uma emergência alimentar no Sudão do Sul com cerca de 8,3 milhões de pessoas, incluindo refugiados" em risco de passar fome nos próximos meses", disse o PAM em comunicado.
Desde sua independência do Sudão em 2011, o país mais jovem do mundo está atolado em uma crise econômica e política crônica, lutando para se recuperar da guerra civil que deixou quase 400 mil mortos e quatro milhões de deslocados entre 2013 e 2018.
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As calamidades climáticas (secas e inundações) e a persistente violência político-étnica forçaram o êxodo de dezenas de milhares de sul-sudaneses que "poderiam passar fome sem ajuda alimentar", destaca a agência da ONU.
"A magnitude e a gravidade desta crise são preocupantes. Vemos que as pessoas em todo o país esgotaram todas as opções disponíveis para sobreviver e agora não têm nada", disse Adeyinka Badejo, vice-diretora do PAM no país.
Este alerta humanitário ocorre várias semanas depois que as Nações Unidas alertaram para o "risco real de um retorno ao conflito" no Sudão do Sul.
Dez dias atrás, um relatório da ONU afirmava que 440 civis foram mortos entre junho e setembro de 2021 devido a confrontos entre facções leais ao vice-presidente Riek Machar e o exército leal ao presidente Salva Kiir.