Suécia aceita receber tropas da Otan antes de adesão à aliança militar
Decisão envia mensagem clara à Rússia e fortalece a defesa do país, segundo premier
A Suécia, por enquanto fora da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), está disposta a acolher bases temporárias da aliança em seu território antes mesmo de sua entrada efetiva, anunciou o primeiro-ministro Ulf Kristersson nesta sexta-feira. Com "status" de "convidada" desde 2022, o país tem sua adesão ratificada por 29 membros da aliança militar, mas faltam Turquia e Hungria.
"O governo decidiu que as Forças Armadas suecas poderiam realizar preparativos com a Otan e os países da Otan para permitir futuras operações conjuntas" disse o líder conservador Ulf Kristersson com seu ministro da Defesa, Pål Jonson, ao jornal Dagens Nyheter. "Esses preparativos podem consistir na instalação temporária de equipamentos e de pessoal estrangeiro em território sueco. A decisão envia uma mensagem clara à Rússia e fortalece a defesa da Suécia."
A presença de tropas da Otan também funcionaria como uma força de garantia contra uma possível operação, ou tentativa de interferência russa do outro lado do Mar Báltico.
Leia também
• Biden receberá chefe da Otan em 12 de junho em Washington, de acordo com a Casa Branca
• Otan anuncia maior exercício de manobra aérea da história para a próxima semana
Somente membros plenos se beneficiam da proteção do Artigo 5 da organização, o que significa que um ataque contra um deles é considerado um ataque contra todos os membros da aliança.
A Turquia exige a extradição de dezenas de ativistas que, segundo Ancara, são "terroristas". O governo sueco, por sua vez, alega que não pode atender a esses pedidos, pois dependem de tribunais independentes. Em abril, os Estados Unidos pediram à Turquia e à Hungria que ratifiquem rapidamente a adesão da Suécia. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, principal obstáculo à adesão sueca, ainda não se pronunciou sobre a questão desde sua reeleição, no final de maio.
A Finlândia, por sua vez, teve sua adesão aceita em abril, depois de meses de impasse.