política

Suécia aguarda resultados das eleições com direita e extrema-direita em posição de força

O país nórdico, que nos últimos anos enfrentou várias crises políticas, vive novamente um período de incerteza para as tentativas de formação de governo

Ulf Kristersson, candidato da direita ao cargo de primeiro-ministroUlf Kristersson, candidato da direita ao cargo de primeiro-ministro - Foto: Fredrik Sandberg / TT News Agency / AFP

A Suécia inicia nesta segunda-feira (12) um prazo de três dias para conhecer o vencedor das eleições legislativas de domingo (11), com resultados muito apertados que deixam a direita e a extrema-direita bem posicionadas para conquistar o poder.

O país nórdico, que nos últimos anos enfrentou várias crises políticas, vive novamente um período de incerteza para as tentativas de formação de governo. No domingo, as autoridades eleitorais informaram que o resultado final será divulgado apenas na quarta-feira (14) porque os números são muito próximos.

De acordo com dados parciais, após a apuração de quase 95% das urnas, o bloco do Partido Moderado (conservador), liderado por Ulf Kristersson, conquistaria a maioria absoluta de 175 cadeiras, de 349 vagas no Parlamento, superando o bloco de esquerdas da atual primeira-ministra social-democrata, Magdalena Andersson. 

Se o resultado for confirmado, a esquerda deixaria o poder após oito anos à frente do país. 

O grande vencedor da noite foi o partido nacionalista e anti-imigração Democratas da Suécia (SD), liderado por Jimmie Akesson

Com um resultado provisório de 20,7% dos votos, o SD estabeleceu um novo recorde e se tornou não apenas o maior partido de direita, mas também o segundo maior partido da Suécia. 

"Pareceu muito bom", disse o líder do partido, de 43 anos, a uma multidão na sede de sua campanha.

Embora as pesquisas de boca de urna e os primeiros resultados preliminares tenham apontado uma vitória apertada da esquerda, o bloco de direita passou a liderar a disputa com o avanço da apuração dos votos no domingo.

Ulf Kristersson, o candidato da direita ao cargo de primeiro-ministro, declarou que está "disposto a formar um governo novo e forte". 

De acordo com os resultados divulgados até o momento, o bloco de direita (SD, Partido Moderado, democrata-cristãos e liberais) tem 49,8% dos votos. 

O bloco de esquerdas (social-democratas, Partido da Esquerda, Verdes e Partido de Centro) aparece com 48,8%. 

A diferença é de menos de 60 mil votos de um total de 7,8 milhões de eleitores.

Os votos dos suecos no exterior ainda não foram contados, mas os analistas políticos consideram pouco provável que modifiquem o resultado.

"A democracia sueca deve seguir seu curso. Todos os votos devem ser contados e vamos esperar o resultado", disse a primeira-ministra Magdalena Andersson.

Ponto de inflexão

As eleições representam um ponto de inflexão porque a direita tradicional sueca nunca havia cogitado governar com o apoio, direto ou indireto, da extrema-direita. 

O SD, partido considerado um pária durante muito tempo, está em uma posição de força. 

Os elevados índices de imigração e a violência das gangues nos subúrbios das cidades suecas alimentaram o discurso do partido nos últimos anos.

Os temas, assim como o aumento dos preços da energia, dominaram a campanha. 

"Diz muito sobre quanto chegamos longe, do pequeno partido do qual todos riam... hoje somos o segundo maior partido da Suécia", disse Akesson.

"Nossa ambição é estar no governo", declarou, mas é pouco provável que o partido se conforme apenas com um papel de apoio à nova maioria no Parlamento.

O SD entrou no Parlamento pela primeira vez em 2010, com apenas 5,7% dos votos. E desde então não parou de crescer, superando 40% em alguns municípios, em particular no sul do país. 

"Um governo de direita, no entanto, terá que enfrentar tensões internas muito fortes", opina Ulf Bjereld, professor de Ciências Políticas da Universidade de Gotemburgo. "O SD tem suas raízes no neonazismo. Do outro lado, os liberais representam o completo oposto", afirma. 

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