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Suécia vai às urnas com extrema-direita em posição de força sem precedentes

O partido nacionalista anti-imigração Democratas da Suécia (SD), por muito tempo considerado um pária político no país, tem a possibilidade de ser o segundo mais votado

Local de votação na Suécia Local de votação na Suécia  - Foto: Jonathan Nackstrand/AFP

Os suecos comparecem às urnas, neste domingo (11), para decidirem se irão se tornar outro país europeu com um governo apoiado pela extrema-direita ou se concedem um terceiro mandato à esquerda, após uma campanha dominada por temas como criminalidade e inflação.

O partido nacionalista anti-imigração Democratas da Suécia (SD), por muito tempo considerado um pária político no país e com possibilidade de ser o segundo mais votado, de acordo com as pesquisas, pode ser decisivo em um possível acordo com a direita tradicional no Parlamento e, portanto, para formar o governo.

A atual primeira-ministra, a social-democrata Magdalena Andersson, se aliou aos partidos verdes e de esquerda em busca de permanecer no cargo por um mandato de quatro anos..

Mas a campanha foi dominada por temas favoráveis à oposição de direita, como a criminalidade, os problemas de integração e o aumento do preço da energia, entre outros.

A popularidade de Andersson, com um índice de confiança superior ao de seu opositor conservador Ulf Kristersson, assim como o medo dos eleitores centristas de ver a extrema-direita nas esferas de poder, podem fazer pender a balança a favor da esquerda.

As cinco pesquisas do país dão uma leve vantagem ao campo vermelho-verde, mas dentro das margens de erro.

Lado a lado 

De acordo com as últimas pesquisas, o bloco liderado pelos social-democratas, principal partido da Suécia desde a década de 1930, obteria entre 49,6% e 51,6% dos votos.

A aliança dos partidos de direita - formada pelos partidos Moderado, Democrata Cristão, Popular Liberal e Democratas da Suécia - alcançaria de 47,6% a 49,4%.

"Está muito, muito apertado", disse a primeira-ministra ao deixar sua seção eleitoral.

Nas últimas duas semanas de campanha, o SD, liderado pela quinta vez consecutiva por Jimmie Åkesson, superou os Moderados nas intenções de votos, um fato histórico para o partido.

"Esperamos estar no governo", declarou Åkesson, enquanto esperava para votar em Estocolmo. Sua prioridade número um, ele prometeu, seria "reduzir a criminalidade".

"Meu país mudou completamente, embora seja talvez o mais seguro do mundo", disse  à AFP Ulrika, de 56 anos, eleitora do SD, atribuindo essa mudança "às outras culturas que chegam ao país".

O cargo de primeiro-ministro na Suécia, tradicionalmente, cabe ao primeiro partido da aliança vencedora. No entanto, as formações da direita tradicional são hesitam em ter ministros do SD, e mais ainda a deixá-los liderar o governo.

O bloco de esquerda também tem suas divisões internas, então as negociações podem prolongar a formação de um governo de coalizão.

349 assentos 

Uma vitória da direita, agora apoiada pela extrema-direita, abriria uma nova era política para a Suécia.

Por outro lado, uma nova vitória da esquerda, prejudicaria a estratégia de aproximação da direita com o SD, que terminaria as eleições sem força na oposição.

Em jogo estão 349 assentos, num sistema de representação proporcional onde apenas os partidos com mais de 4% obtêm representação.

Cerca de 7,5 milhões de eleitores - de 10,3 milhões de habitantes - são esperados para votar, embora a eleição já tenha começado com votação antecipada.

Os colégios eleitorais voto abriram às 08h00, hora local, e encerrarão às 20h00 (15h00,em Brasília), quando são esperadas duas pesquisas de boca de urna. Os resultados parciais mais confiáveis devem estar disponíveis duas horas depois.

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