Sumiço do voo MH370 completa 10 anos: sob pressão, premier diz que buscas podem ser retomadas
Anwar Ibrahim afirma que ficaria "feliz" em reiniciar operação para encontrar aeronave da Malaysia Airlines caso surjam "evidências convincentes"
O primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, disse nesta segunda-feira que ficaria "feliz" em ordenar a retomada das buscas pelo voo MH370 se surgirem "evidências convincentes", abrindo a porta para uma nova operação uma década após o desaparecimento do avião.
— Se houver evidências convincentes de que [o caso] precisa ser reaberto, certamente ficaremos felizes em reabri-lo — disse ele, quando questionado sobre o assunto durante uma visita a Melbourne.
Os comentários do premier vêm no momento em que as famílias de passageiros marcam a passagem de dez anos desde que a aeronave desapareceu no Oceano Índico com 239 pessoas a bordo.
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— Não creio que seja uma questão técnica. É uma questão que afeta a vida das pessoas e tudo o que precisa de ser feito deve ser feito — disse ele.
O voo MH370 da Malaysia Airlines, uma aeronave Boeing 777, desapareceu das telas do radar em 8 de março de 2014, durante a rota de Kuala Lumpur para Pequim. Apesar da maior busca da História da aviação, o avião nunca foi encontrado, e a operação foi suspensa em janeiro de 2017.
Cerca de 500 familiares e seus apoiantes reuniram-se, neste domingo, num centro comercial perto da capital da Malásia, Kuala Lumpur, para um "dia da memória". Alguns dos parentes vieram da China, de onde eram quase dois terços dos passageiros do avião.
— Os últimos 10 anos foram uma montanha-russa emocional ininterrupta para mim — disse à AFP Grace Nathan, cuja mãe, Anne Daisy, estava no voo.
Falando à multidão, o advogado malaio de 36 anos apelou ao governo para realizar uma nova busca.
O ministro dos Transportes da Malásia, Anthony Loke, disse aos repórteres que o país "está empenhado em encontrar o avião" e que o custo das buscas "não é a questão".
Ele disse aos parentes presentes na reunião que se reuniria com funcionários da empresa de exploração marinha Ocean Infinity, com sede no Texas, responsável por uma busca anterior, para discutir uma nova operação.
— Estamos agora aguardando que eles forneçam datas adequadas, e espero encontrá-los em breve — disse ele.
Uma busca anterior liderada pela Austrália, que cobriu 120 mil quilômetros quadrados no Oceano Índico, quase não encontrou nenhum vestígio do avião, com apenas alguns pedaços de destroços recolhidos.

